18 de outubro de 2005

Há hoje poucos programas de televisão que considero melhores do que o "Fiel ou Infiel", da TVI (devo confessar que não consegui ainda ver mais de 60 segundos do "Quartel dos famosos freaks").

O Prós e Contras, por vezes, consegue sê-lo. Foi-o aquando do debate sobre os medicamentos genéricos, em que uma vez mais se viu como os interesses dos farmacêuticos são contrários aos da chamada sociedade civil (com grandes culpas para o estado, que se pôs (em bom rigor, que NOS pôs a nós) mais a jeito do que os Sodomitas. Mas divago...

Ontem, num debate sobre o Orçamento do Estado para 2006, lá estava um sindicalista com a famosa K7, a falar sobre direitos adquiridos e companhia.

Foi interessante ver como, quando César das Neves lhe disse que os sindicalistas tinham prestado um péssimo serviço, ao permitirem admissões em massa à Função Pública, durante o Guterrismo, contribuindo para a actual impossibilidade de ter aumentos na função pública, pelo exagerado quadro, o pobre coitado ficou sem saber o que dizer (acabando por se refugiar em acusações genéricas de "são sempre os trabalhadores quem paga a factura", etc).

É cada vez mais um discurso que faz lembrar Mourinho nos seus tempos do Porto: ninguém o percebia. A diferença é que Mourinho conseguia resultados, para grande tristeza do lagarto que (sobre)vive em mim.

Parece cada vez mais evidente que está na altura de um sindicalismo inteligente, esclarecido e responsável. De um sindicalismo que não queira apenas resolver os problemas deste ano agravando os problemas dos anos que vêm. Isto é, de um sindicalismo diferente do que temos hoje, baseado em chavões que leio nas paredes desde que sei ler: "Emprego sim, miséria não", "Aumentos sim, esmolas não" e outras pérolas do tipo.

Onde estava Wally, digo, Sampaio, aquando do negócio das SCUT? E onde está ele para evitar esses dois crimes, a OTA e o TGV? Porque razão se indigna esse nosso amigo com o crédito automóvel dos bancos para os particulares, e não com o crédito rodoviário do lobby do betão aos governos populistas?

Por vezes, mas só por vezes, fico na dúvida se não teremos por cá um excesso de OTArios... ou TGVários...

Volta, Afonso Henriques. Tudo está perdoado.