27 de maio de 2009

Razões para ter vergonha

Vítor Constâncio é uma ofensa à nação.

Hoje, veio dizer que a supervisão do Banco de Portugal está ao nível das melhores do mundo. Suponho que a métrica que ele usa para esta comparação sejam os vencimentos dos presidentes. A esse nível, estamos equiparados aos "melhores".

Só que Vítor Constâncio não é o presidente de um Banco Central. Não é um Ricardo Salgado ou um Fernando Ulrich. É mais um Joaquim Costa, responsável de uma sucursal do BES, em Leiria. É apenas o Presidente de uma "delegação" do Banco Central Europeu.

Não é ele quem determina as taxas de juro. Não é ele quem desvaloriza ou emite moeda.
Qual é o trabalho que lhe compete? Uns tais de "estudos" e a supervisão bancária, a tal que ele diz que faz ao nível do que me melhor há no mundo. Isto, no país que tem um BPN e um BPP. Talvez ele esteja apenas a comparar-se com a banca do terceiro mundo.

Depois, hoje voltava à história de que não podemos culpabilizar o polícia pelos roubos do ladrão. Mais um disparate. Como é evidente, não só podemos como devemos. Afinal de contas, se a polícia existe para nos proteger, quando não nos protege faz sentido que queiramos apurar responsabilidades. Responsabilidades. Uma expressão desconhecida lá para os lados do Banco de Portugal.
Claro que a polícia não consegue evitar toda a criminalidade, e nós percebemos e aceitamos isso, até porque tem meios limitados. Meios limitados. Uma expressão desconhecida lá para os lados do Banco de Portugal.

Pergunto eu: se eu contrato - e pago a bom preço - um segurança para me tomar conta da loja, e a loja é assaltada, devo queixar-me do ladrão que me roubou uma vez? Ou devo queixar-me do segurança que nada fez? É que esse, pelos vistos, está a roubar-me todos os meses!

Paradoxo

Alguém do Barcelona que me ajude, por favor. Ou do Porto, eventualmente.
É possível merecer-se ser campeão da Europa, quando não se mereceu ir à final?

Preciosismos? (02)

Surgiu no caso Esmeralda, mas está agora muito disseminado... é o "Pai Afectivo".

Ora pai afectivo, é algo que não existe. Existe pai biológico (talvez lhe possamos chamar-lhe o pai efectivo). Existe pai adoptivo. O resto, é meramente Mind Control, ou mais eufemisticamente, Marketing.

Preciosismos? (01)

Muito se tem falado sobre as pressões no caso Freeport.



Pois eu acho que condenar as pressões não é just.

Pressões, toda a gente tem feito.
Faz Sócrates, quando vem para a televisão rasgar as vestes e reclamar que está a ser perseguido. Faz a oposição, quando diz que quer resultados. Fazem os capangas de Sócrates, quando vêm acusar a oposição de aproveitamento político. Fazem os jornalistas, através do tempo que dedicam ao caso. Os magistrados, essas lavadeiras dos tempos modernos, que não conseguem praticar essa nobre arte do silêncio.

Deviamos falar, isso sim, em pressões lícitas e em pressões ilícitas. É que todas as pressões são iguais, mas umas são mais iguais do que outras.


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