Os movimentos pelo "Não" propõem que o parlamento legisle para despenalizar o aborto. Isto parece significar que há um pleno de vontades para que o abordo seja despenalizado/descriminalizado.
Sócrates responde, pasme-se, que faz questão de que a lei seja cumprida. Se o Não ganhar, serão levadas a tribunal mulheres apanhadas a abortar!
Afinal, Sócrates não é contra o aborto clandestino.
Afinal, Sócrates não quer evitar que morram mulheres por essa razão.
Afinal, Sócrates não quer evitar que sejam presas mulheres por terem abortado.
Na palhaçada que é este referendo, desde o início, uma vez mais os papéis invertem-se. Temos agora pelo menos um defensor do Sim que se afirma muito mais preocupado em que o "Sim" ganhe do que em manter quem aborta fora da cadeia!
Afinal, Sócrates vê no referendo uma oportunidade de disputar uma batalha política, não uma forma de ouvir a voz do povo. Afirmar que fará questão de que a lei seja cumprida, quando é sabido que pouco ou nada tem sido feito nesse sentido é, claramente, chantagem.
Ontem finalmente percebi que vou mesmo votar "Não". Ou "Assim, não", se preferirem. Para que conste, votei "Sim" no primeiro referendo. De facto, as coisas mudaram.