16 de agosto de 2008

Andaram na mesma escola de Sócrates?

Nestes jogos olímpicos, tem havido muita mentira, muita encenação, muito faz-de-conta.
O fogo de artifício e as imagens da cidade, na cerimónia de abertura, a menina bonita a cantar em playback, com uma gravação feita de uma menina com uma voz excelente - mas menos bonita, logo, menos apresentável.
Agora achei piada a esta do levantamento de pesos. Depois de vomitarem no tapete com a cena, voltem atrás e vejam a barreirazinha feita pelos chineses... "Isto não foi nada... não há nada para ver..."

15 de agosto de 2008

Bronze, não aceito!

É um hino à falta de desportivismo... Deitar uma medalha olímpica de bronze para o chão... Mas quando a reclamação é de outro concorrente foi objectiva e manifestamente favorecido, e de que existe reiterada corrupção, algo que eu nem ao de leve saberia avaliar se é verdade ou não, fica-me a questão:

Não poderia/deveria ser feito o mesmo noutras latitudes, noutras situações?

Se os clubes de futebol que se sentem fortemente prejudicados em campo, ou fora dele, protestassem de forma veemente - por exemplo, não comparecendo a jogos ou até não se inscrevendo em competições - não iria isso obrigar quem olha para o lado a olhar de frente?

Como dizia um juíz do Supremo Tribunal Americano, "Sunlight is the best disinfectant."

"A festa do Pontal não me dá ponta!"

"A Outra"

Manuela Ferreira Leite é criticada por não ter ido à festa do Pontal. A festa do Pontal é a mais histórica festa política do país, a seguir à festa do Avante. Cavaco, Sá Carneiro, todos lá passaram.
António Borges diz que a festa não se enquadra no estilo de Manuela Ferreira Leite. Isto é evidentemente um disparate, porque pressupõe que Manuela Ferreira Leite tem (um?) estilo.
As razões, no entanto, são outras e são evidentes. É que ela é de um outro PSD; o PSD dela é muito mais PS do que D.

10 de agosto de 2008

A medalha olímpica de Vanessa Fernandes

Portugal é o mais medalhado nessa competição olímpica que é a arrogância.
Lembro-me de Vanessa Fernandes, depois de mais um dos seus inúmeros triunfos, dizer algo como que as adversárias não davam luta, ou que eram muito fraquinhas, ou algo deste tipo.
Depois disso, desistiu duas vezes.
Agora, nos Jogos Olímpicos, a medalha dela era dada como certa, ou quase. Por meio país, incluindo a própria.
Revejo-me muito pouco na atitude nacional de "entrada de leão, saída de sendeiro" - talvez porque não sei o que é um sendeiro. Também me revejo muito pouco na versão adaptada, "entrada de leão, saída de cordeiro".
Assim sendo, desculpem-me os meus compatriotas que se ofendem com esta atitude, mas fiquei satisfeito por a Vanessa Fernandes ter ficado em nono lugar.

Ainda assim, torço pela Naide Gomes, pelo Obiquelu, pelo João Branha (ainda jogam?), pelos esgrimistas, pelos judocas, pelos nadadores e pelos restantes atletas.

Só não torço pelas vitórias da Vanessa Fernandes. Para vedetas arrogantes, não precisamos dela. Muito menos, num ano de campeonato da Europa de Futebol. Já nos bastam os Simões Sabrosas, os Joões Moutinhos, os Scolaris, os Decos, os Quaresmas, etc, com aquelas frases bombásticas do tipo: "Não podemos prometer uma vitória, mas claro que achamos que vamos ganhar."

...e, depois, perdemos contra uma selecção - a Alemanha - não porque eles sejam melhores, mas porque fizeram o trabalho deles, dentro e fora do campo - lá está - com humildade.