Sempre achei muito relativo o
ranking publicado anualmente sobre as escolas secundárias. Este estudo calcula a média dos alunos dessa escola nos exames do 12º ano, e daí conclui sobre quais são as melhores escolas. O estudo é por vezes encarado como respondendo à pergunta: "Em que escola devo inscrever o meu filho, para ele obter os melhores resultados possíveis?"
Ora as escolas não partem para o estudo em pé de igualdade. Consideremos o Colégio S. João de Brito (indicado de forma recorrente
como a melhor ou uma das melhores escolas), o Liceu Camões (onde eu estudei), e uma escola inserida num pequeno meio rural. Independentemente do trabalho e do mérito da escola, estranho - um escândalo - seria que estas três escolas não fossem classificadas por esta ordem.
O Colégio S. João de Brito é pago e faz uma selecção criteriosa dos seus alunos. Além disso, tanto quanto sei, um aluno que tenha maus resultados é convidado (?) a sair do colégio. Qual é o perfil do aluno que faz provas de 12º ano no S. João de Brito? 1) Pertence a uma família com rendimentos suficientes para uma escola particular; 2) Pertence a uma família que se dispõe a investir na educação do filho; 3) Ao longo da frequência do secundário, teve resultados suficientemente bons para se manter naquele colégio.
Vale a pena explicar em que medida este aluno é diferente dos alunos das outras duas escolas? Penso que não! O
toque de
Midas não é transformar ouro em ouro, mas transformar
qualquer coisa em ouro. No topo dos rankings deveriam estar as escolas que, partindo de uma Matéria-Prima fraca (alunos problemáticos, famílias complicadas, etc) consegue produzir resultados bons ou muito bons.
Eis que surge agora uma
proposta para fazer um estudo (mais) nestes termos. Excelente.