10 de dezembro de 2005

Louçã, o espantosamente liberal


É bem sabido que a esquerda em geral, sobretudo a intelectualóide, tende a ser proteccionista de uma forma obcecada com aspectos como a contratação e os aumentos de salários (a competitividade da economia portuguesa, essa, parece ser pouco importante).

Ignoram, seguramente, que é porventura nos países mais liberais nestes aspectos, como os EUA, que existem menores taxas de desemprego. A cultura da fixação ao local de trabalho, à função, ao departmento e porventura ao edifício, é a cultura da imobilidade e da MEDIOCRIDADE. Pelo contrário, a rotação de pessoas, se por um lado apresenta diversos desafios, por outro é um incentivo à melhoria constante e à eficiência.


Descobri ontem a forma como Louçã, ou porventura o Bloco de Esquerda, é liberal no que diz respeito à política de emigração, dizendo a entrada dependeria dos que coubessem; ficava portanto ao bom senso de cada um.
Como se fosse credível que um desgraçado vindo de África, da China ou quiçá de um dos países do Leste europeu (onde a esquerda mostrou bem o que vale) deixe de vir para Portugal por, no seu bom senso, achar que vai contribuir para piorar a situação dos transportes públicos, ou irá tirar emprego a alguém que, português ou não, legal ou ilegal, já cá está.
Este nosso iluminado candidato parece não perceber que uma política de emigração desregrada, a coberto deste ou daquele argumento moral (no melhor estilo de Louçã), é uma política de nivelamento por baixo, de mediocridade. Não só não se melhora a qualidade de vida nesses países, como se piora a qualidade de vida em Portugal. Louçã não vê inconveniente em deixar entrar mais pessoas, numa política de portas abertas, num país com níveis históricos de desemprego.


Formado em Economia, Louçã sabe que o que diz é que o mercado de emigração deve funcionar como que em "concorrência perfeita". Ora estes mercados caracterizam-se por ser os de preço mais baixo, só que neste caso estamos a falar do "preço da cidadania": Mais pessoas a procurarem empregos; o mesmo número de posições disponíveis; logo, redução dos níveis médios de ordenados. Acompanhada por redução na qualidade dos serviços públicos, mais pressionados por servirem agora mais pessoas.

9 de dezembro de 2005

The land of the free - Cem comentários


8 de dezembro de 2005

Acessora de imprensa nomeada para embaixada


Freitas do Amaral veio explicar que a acessora de imprensa nomeada para uma embaixada europeia, num momento em que estas nomeações estavam vedadas, foi apenas feito porque a mesma estava já combinada há 8 meses, isto é, antes de a restrição entrar em vigor. O argumento parece lógico, excepto se considerarmos o que tem sido a luta do Governo contra direitos adquiridos pelos trabalhadores de várias àreas, e que são unilateralmente eliminados com o pretexto de serem excessivos ou de estarmos a viver tempos difíceis.


Também os administradores de empresas públicas como a GALP e a CGD, receberam principescas rescições para dar lugar aos Boys do PS (alguns dos quais sem créditos nenhuns nas respectivas áreas, provando em muitos casos que também o mau gestor público afasta o bom gestor público).


Professores, desempregados, juízes, enfermeiros: Aprendam.

Ao contrário do Sol, que quando nasce é para todos, os direitos adquiridos, quando acabam, não acabam para todos.


Sobre isto, Sampaio nada diz.

TGV totalmente público!


Meus caros! Para quem se entristeceu com a notícia de que o TGV vai ser desenvolvido na totalidade com dinheiros públicos e com dinheiro da comunidade europeia, deixem que vos diga que não partilho dessa tristeza.


A confirmar-se que o investimento dos privados na OTA é feito com garantias dadas pelo Estado, isto é, pelo nosso bolso, então na prática isto significa que também este é feito totalmente com dinheiros públicos, excedendo obviamente os tais anunciados 7 a 10%. Caso o aeroporto não atinja os objectivos estipulados pelo Governo, o Estado compensará os privados. Caso eventualmente venha a dar lucro, então foram os privados que investiram, e o seu retorno sobre o investimento será para eles.

Na OTA temos, portanto, o pior de dois mundos.


Sobre isto, Sampaio nada diz.

O buraco da CP


Segundo o Tribunal de Contas, a CP entre 2002 e 2004 teve resultados negativos de 740 milhões de Euros, sendo que das várias áreas de negócio da empresa, nem uma única teve resultados positivos. É verdadeiramente impressionante.


A empresa tem também uma dívida à Banca de 2,4 mil milhões de Euros. Pondo as coisas em perspectiva, se a dívida fosse dividida entre 10 milhões de portugueses, cada um de nós teria que pagar 240 Euros. É verdadeiramente impressionante.


Espera-se seguramente que o TGV venha a ser a primeira àrea da empresa a ter resultados positivos!

Gente, preparem-se. Os próximos tempos não prometem melhoria.


Sobre isto, Sampaio nada diz.

5 de dezembro de 2005

25 anos sobre a morte de Sá Carneiro


Não faço ideia se foi acidente ou não, e pelos vistos nunca terei essa certeza. É pena que não tenha havido uma investigação imediata, séria, independente, rápida e pública.

A culpa morrer solteira é uma coisa. Agora, solteira e virgem...