Diz-se que uma mentira repetida muitas vezes não se torna verdade. Ora esta frase, que é uma mentira, está a tornar-se verdade, de tantas vezes ser repetida.
É sempre assim. A repetição exaustiva de uma qualquer proposição acaba por criar raízes, algures no nosso subconsciente. Chama-se a isto endoutrinação, ou algo do tipo.
Os católicos têm isto, claro. Rezar um terço é rezar 50 Avé-Marias. Um Rosário serão, pois... ora 50 vezes três... é fazer as contas.
O mesmo fazem os muçulmanos. Dizem 50 vezes seguidas que Deus é grande e Alá é bom (ou ao contrário, mas sei que um deles é grande e o outro é bom). E a própria repetição é feita 5 vezes por dia, durante toda a vida. Se isto não é uma lavagem cerebral, não sei o que é uma lavagem cerebral.
André Sardet faz exactamente o mesmo. Pega numa música gira (que o é), numa letra melosa (que o é), e repete-a 10 vezes em cada música. No dia em que, num concerto, repita o refrão menos de 8 vezes, estou em crer que o pessoal parte aquilo tudo.
5 de janeiro de 2007
4 de janeiro de 2007
Álcool e crocodilos
Em véspera de voltar aos bancos da escola, aqui fica um estudo que mostra que o álcool ingerido por nós não torna os crocodilos menos perigosos. Fascinante.
3 de janeiro de 2007
Pontos de vista sobre o Natal
O Natal é diferente, consoante quem o vê. Há alguns padrões:
- Natal para um homem são os feriados de Dezembro e as pontes.
- Natal para uma criança é uma festa e são os presentes.
_ Natal para uma mulher são os descontos de 50% na Zara.
- Natal para um homem são os feriados de Dezembro e as pontes.
- Natal para uma criança é uma festa e são os presentes.
_ Natal para uma mulher são os descontos de 50% na Zara.
Resolução de ano novo
Vou-me esforçar por não fazer aqueles trocadilhos do tipo:
"Pois é, Senhor Martins. Não o via desde o ano passado."
E derivados.
"Pois é, Senhor Martins. Não o via desde o ano passado."
E derivados.
2 de janeiro de 2007
Carolina ao vivo (3)
Um dia, em S. Martinho do Porto, o namorado da minha irmã salpicou a Carolina com água. A Carolina fez-se muito ofendida, e mais tarde várias vezes "retaliou" em relação ao rapaz.
Numa ocasião, combinou-se que iria ele com a minha irmã buscar a Carolina à escola, para irem os três ao Jardim Zoológico. A Carolina estava excitadíssima com a ideia. Na véspera, não queria ir para casa comigo, porque estava convencida que era nesse dia que eles lá iam. Tudo corria bem. Só que...
No dia, quando lá chegaram, desatou a chorar - não queria ir com eles. Grande, grande birra, e lá acabou por ir, mas afinal directamente para casa.
Quando cheguei, e sabendo eu já da história, resolvi abordar a questão de soslaio...
"Carolina, o que fizeste hoje na escola?"
"Ah, estive a fazer uns desenhos..."
"E portaste-te bem?"
"Sim."
"E o que foi o almoço?"
"Foi peixe com arroz."
"E comeste tudo? Portaste-te bem?"
"Sim."
"Então, e ao vir para casa, a Tia foi-te buscar?"
"Sim."
Entretanto, tocou o telefone e eu ausentei-me por uns breves instantes. Quando voltei, perguntei à Carolina:
"De que é que estávamos a falar?"
"Estavas a perguntar que trabalhos é que eu fiz hoje na escola..."
Numa ocasião, combinou-se que iria ele com a minha irmã buscar a Carolina à escola, para irem os três ao Jardim Zoológico. A Carolina estava excitadíssima com a ideia. Na véspera, não queria ir para casa comigo, porque estava convencida que era nesse dia que eles lá iam. Tudo corria bem. Só que...
No dia, quando lá chegaram, desatou a chorar - não queria ir com eles. Grande, grande birra, e lá acabou por ir, mas afinal directamente para casa.
Quando cheguei, e sabendo eu já da história, resolvi abordar a questão de soslaio...
"Carolina, o que fizeste hoje na escola?"
"Ah, estive a fazer uns desenhos..."
"E portaste-te bem?"
"Sim."
"E o que foi o almoço?"
"Foi peixe com arroz."
"E comeste tudo? Portaste-te bem?"
"Sim."
"Então, e ao vir para casa, a Tia foi-te buscar?"
"Sim."
Entretanto, tocou o telefone e eu ausentei-me por uns breves instantes. Quando voltei, perguntei à Carolina:
"De que é que estávamos a falar?"
"Estavas a perguntar que trabalhos é que eu fiz hoje na escola..."
1 de janeiro de 2007
Carolina ao vivo (2)
Esta história passou-se em Agosto de 2003, tinha a Carolina 2 anos e 3 meses. O Ricardo estava naquela fase em que, em altura de referendos, se discute se já existe ou não - tinha na altura umas 6 semanas de vida.
Considerando que o plano original era ir de avião para Miami, alugar um carro e descer até às Keys, parando para dormir onde houvesse "Vacancies", a façanha na verdade até nem era especialmente ambiciosa. Armados do nosso Twingo e de uma certa dose de coragem, arrancámos para o Algarve. É certo que a nossa semana de férias só começava daí a 4 dias mas - que raio - em algum lado seria possível ficar.
Ficámos a primeira noite na Vila dos Navegantes, do outro lado do Soltróia. Mas avisaram-nos logo de que só podíamos ficar uma noite - na noite seguinte não havia vagas! Porque não gostamos muito de nadar com alforrecas no Sado, íamos depois dar um mergulho do lado do mar (Soltróia), onde também se almoçava benzinho.
Partimos pois ao fim do dia para Évora, onde achámos que o Hotel D. Pedro teria certamente um quarto para nós. Não tinha. Estava esgotado. Acabámos por ficar num Hotel à entrada de Évora. Abertas as malas, o choque - faltava a máquina fotográfica! Raios - foram de certeza as senhoras da Vila dos Navegantes que se abarbataram à máquina! Grr...
Por descargo de consciência, liguei para o restaurante (tinha a factura) - "Sim, temos cá uma Canon preta. Ficou pendurada numa cadeira à hora de almoço."
Ora que tristeza - culpar o pessoal da Vila dos Navegantes, que por sinal foram bem simpáticos e prestáveis. Fiquei a sentir-me pessimamente comigo próprio.
Bom, vou agora aí buscar a máquina. Eram umas 7 da noite.
Arranquei só com a Carolina; a mãe ficou a descansar em Évora. Durante a viagem, fomos olhando para as vacas no caminho, para o mar, para os carros que passavam, para os pormenores da paisagem. Foi uma hora e tal de conversa agradável com a minha bebé.
Lá chegados, recuperei então a máquina fotográfica. Aproveitámos para jantar a bela sopa do restaurante.
No caminho de regresso, diz a Carolina: "Pai, não quero que vás com o popó para dentro de água!"
Após uns minutos, lá percebi: na linha do horizonte, as nuvens estendiam-se na horizontal, paralelas. Banhadas pelo luar, pareciam a espuma das ondas a rebentar na praia. Daí o receio da pequena de que estávamos a ir na direcção da água. Ainda no caminho, ao voltarmos a sítios onde tínhamos visto vacas:
"Pai, já não estão cá as vacas. Acho que foram para a cama dormir."
Chegados a Évora, a pequena dormia. Acordei-a, e de imediato me transmitiu a sua preocupação:
"Pai, a água vai levar o balde e a pá; tenho que ir buscá-los."
"O balde? A água? Carolina, estavas... a sonhar!"
Foi emocionante descobrir, de forma tão clara, que a pequenota sonhava!
Considerando que o plano original era ir de avião para Miami, alugar um carro e descer até às Keys, parando para dormir onde houvesse "Vacancies", a façanha na verdade até nem era especialmente ambiciosa. Armados do nosso Twingo e de uma certa dose de coragem, arrancámos para o Algarve. É certo que a nossa semana de férias só começava daí a 4 dias mas - que raio - em algum lado seria possível ficar.
Ficámos a primeira noite na Vila dos Navegantes, do outro lado do Soltróia. Mas avisaram-nos logo de que só podíamos ficar uma noite - na noite seguinte não havia vagas! Porque não gostamos muito de nadar com alforrecas no Sado, íamos depois dar um mergulho do lado do mar (Soltróia), onde também se almoçava benzinho.
Partimos pois ao fim do dia para Évora, onde achámos que o Hotel D. Pedro teria certamente um quarto para nós. Não tinha. Estava esgotado. Acabámos por ficar num Hotel à entrada de Évora. Abertas as malas, o choque - faltava a máquina fotográfica! Raios - foram de certeza as senhoras da Vila dos Navegantes que se abarbataram à máquina! Grr...
Por descargo de consciência, liguei para o restaurante (tinha a factura) - "Sim, temos cá uma Canon preta. Ficou pendurada numa cadeira à hora de almoço."
Ora que tristeza - culpar o pessoal da Vila dos Navegantes, que por sinal foram bem simpáticos e prestáveis. Fiquei a sentir-me pessimamente comigo próprio.
Bom, vou agora aí buscar a máquina. Eram umas 7 da noite.
Arranquei só com a Carolina; a mãe ficou a descansar em Évora. Durante a viagem, fomos olhando para as vacas no caminho, para o mar, para os carros que passavam, para os pormenores da paisagem. Foi uma hora e tal de conversa agradável com a minha bebé.
Lá chegados, recuperei então a máquina fotográfica. Aproveitámos para jantar a bela sopa do restaurante.
No caminho de regresso, diz a Carolina: "Pai, não quero que vás com o popó para dentro de água!"
Após uns minutos, lá percebi: na linha do horizonte, as nuvens estendiam-se na horizontal, paralelas. Banhadas pelo luar, pareciam a espuma das ondas a rebentar na praia. Daí o receio da pequena de que estávamos a ir na direcção da água. Ainda no caminho, ao voltarmos a sítios onde tínhamos visto vacas:
"Pai, já não estão cá as vacas. Acho que foram para a cama dormir."
Chegados a Évora, a pequena dormia. Acordei-a, e de imediato me transmitiu a sua preocupação:
"Pai, a água vai levar o balde e a pá; tenho que ir buscá-los."
"O balde? A água? Carolina, estavas... a sonhar!"
Foi emocionante descobrir, de forma tão clara, que a pequenota sonhava!
31 de dezembro de 2006
Saddam Hussein 3
Espero que não haja uma única pessoa a manifestar-se contra a morte de Hussein que não se tenha também manifestado contra as atrocidades por ele praticadas, normalmente à centena ou ao milhar. É que um genocídio nada fica a dever a um assassinato político... A menos que não sejamos todos iguais, claro.
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