1 de dezembro de 2005
30 de novembro de 2005
29 de novembro de 2005
Produtividade, poluição, trânsito e transportes públicos
Devo confessar que fico fora de mim quando demoro, devido ao trânsito, 1 hora a fazer um percurso que deveria demorar 5 ou, vá lá, 10 minutos. Foi isso que hoje me aconteceu, ao ir buscar a miúdagem à escola.
Fala-se em aumentos de produtividade no país, quando esta é uma área óbvia de investimento. Pessoas inteligentes e produtivas demoram todos os dias horas a chegar ao trabalho e a regressar a casa. Quanto custa ao país, à competitividade nacional, o trânsito no IC-19? Na Ponte 25 de Abril? Na segunda circular?
A solução óbvia, a solução única, passará pela melhoria dos transportes públicos. Estes já melhoraram em termos de material circulante (novos autocarros, novas estações de Metro) mas não noutra componente fundamental do serviço, a frequência. Também o fenómeno "lata de sardinhas", nas horas de ponta, continua a ser motivo de preocupação.
Percebo que seja um investimento desinteressante o reforço de linhas que não têm muitos passageiros, ainda que acredite que o reforço das linhas, por si só, pode atrair novos passageiros e tirar carros da cidade. Ainda que seja pouco interessante como investimento a curto/médio prazo, penso que pode, no longo prazo, mudar toda a configuração da cidade, reduzindo substancialmente o caos do trânsito.
Por esta razão, a bem da produtividade e do ambiente, e contrariamente ao meu estilo razoavelmente liberal, não daria por mal empregue o meu dinheiro de contribuinte para patrocinar o reforço de linhas de autocarros e quiçá de Metro, como forma de criar uma rede de transportes públicos tão boa, tão boa, que até dá vontade de usar.
28 de novembro de 2005
O protocolo de Kyoto
Interessado na ecologia, mas também na economia, li recentemente um vasto artigo sobre o protocolo de Kyoto (Nota: passou talvez um ano, pelo que este meu post deve ser validado contra o texto do acordo, propriamente dito). Nele se falava entre outros aspectos da cedência de créditos, dos países que não estão obrigados ao seu cumprimento (Índia, China) e dos países que não subscreveram o acordo (EUA, Austrália e outros).
No Canadá, 180 países reunem-se para decidir de que modo vão acelerar a perda de competitividade de regiões económicas como a Europa para outras regiões, como o BRIC (Brasil, Rússia, Índia a China).
Os EUA, mais pragmáticos e porventura mais objectivos, não assinaram o protocolo, não porque queiram dar cabo da camada de Ozono mas porque se recusam a criar mais uma desvantagem competitiva face, nomeadamente, à China (que está dispensada do seu cumprimento durante 10 anos, do que me recordo, por força de um qualquer indicador como o PIB per capita).
A burra Europa, digo, a boa Europa, no seu estilo maternal face ao resto do mundo, fixou, para si e para os seus, critérios mais exigentes do que todos os restantes países.
A permuta de créditos de Carbono (acho que é o nome) é uma forma de transferir dinheiro para países do Terceiro Mundo já que estes, não tendo indústria desenvolvida, não excederão as respectivas quotas.
- Como pode a Europa manter-se competitiva e sobreviver, quando:
- os seus trabalhadores ganham mais do que os outros,
- exigem/reivindicam mais do que os outros (ao contrário de países onde a escravatura ou quasi-escravatura é a forma habitual de relação patrão-empregado)
- além disso, a produção (aliás, a sua poluição) é penalizada por transferências por conta do protocolo de Kyoto, acima de todas as que foram fixadas para outros países
Vejo como grande mérito do protocolo de Kyoto o incentivo ao desenvolvimento de tecnologias alternativas, renováveis. Ao nível da implementação, parece-me que a boa da Europa, no seu pior estilo, baixou a cueca. Pior ainda, fê-lo sem dar sequer por isso!
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