29 de novembro de 2005

Produtividade, poluição, trânsito e transportes públicos



Devo confessar que fico fora de mim quando demoro, devido ao trânsito, 1 hora a fazer um percurso que deveria demorar 5 ou, vá lá, 10 minutos. Foi isso que hoje me aconteceu, ao ir buscar a miúdagem à escola.

Fala-se em aumentos de produtividade no país, quando esta é uma área óbvia de investimento. Pessoas inteligentes e produtivas demoram todos os dias horas a chegar ao trabalho e a regressar a casa. Quanto custa ao país, à competitividade nacional, o trânsito no IC-19? Na Ponte 25 de Abril? Na segunda circular?

A solução óbvia, a solução única, passará pela melhoria dos transportes públicos. Estes já melhoraram em termos de material circulante (novos autocarros, novas estações de Metro) mas não noutra componente fundamental do serviço, a frequência. Também o fenómeno "lata de sardinhas", nas horas de ponta, continua a ser motivo de preocupação.

Percebo que seja um investimento desinteressante o reforço de linhas que não têm muitos passageiros, ainda que acredite que o reforço das linhas, por si só, pode atrair novos passageiros e tirar carros da cidade. Ainda que seja pouco interessante como investimento a curto/médio prazo, penso que pode, no longo prazo, mudar toda a configuração da cidade, reduzindo substancialmente o caos do trânsito.

Por esta razão, a bem da produtividade e do ambiente, e contrariamente ao meu estilo razoavelmente liberal, não daria por mal empregue o meu dinheiro de contribuinte para patrocinar o reforço de linhas de autocarros e quiçá de Metro, como forma de criar uma rede de transportes públicos tão boa, tão boa, que até dá vontade de usar.

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