30 de julho de 2010

Pobreza de espírito

À entrada da praia, um senhor e uma senhora discutiam de foram exaltada. Parto do princípio, eventualmente errado, que o objecto da discussão era uma qualquer banalidade: Não vi ninguém esfaqueado no chão, nem vi nenhum grande ajuntamento, e a dois metros estava um polícia que assistia tranquilamente, sem intervir.
Dizia o senhor: "E eu tenho a Inês de Medeiros em minha casa, que não é uma pessoa qualquer."
E ela: "A Inês de Medeiros é uma cidadã igual a qualquer outra, não é mais, nem é menos."
Respondeu ele: "Não, porque a Inês de Medeiros tem acesso ao Primeiro Ministro."

Donde, segundo o tal senhor que está a hospedar a Inês de Medeiros, bastar-lhe-ia um telefonema para a Inês de Medeiros, para que esta telefonasse ao Primeiro Ministro, que enviaria um assessor para resolver a grave crise, na praia de Cabanas de Tavira.

Ora NEM EU tenho o Primeiro-Ministro em tão má conta...

E quanto à Inês de Medeiros...
Não é uma cidadã igual aos outros, é uma cidadã que reside no estrangeiro - mais precisamente, reside em Paris.
Dito isto, e se critiquei a questão da verba, observei também que a própria desistiu da mesma. Mais de livre vontade ou menos, o certo é que o fez.
Por outro lado, para quem apreciou o Henry & June, a irmã da Anaïs Nin não pode ser considerada uma pessoa igual às outras...

29 de julho de 2010

As tangas do Ricardo (94); Carolina ao vivo (14)

Na preparação para a ida para a praia, o Ricardo e a Carolina vão-se pegando um com o outro.
"Mãe, a Carolina deitou-me a língua de fora!"
"E então, qual é o problema? Doeu-te muito?"
"Não, mas magoa-me os sentimentos..."

26 de julho de 2010

Bifidus activo

A Soraia Chaves estava num bar, à noite, e não tirava os olhos de cima do Luís, que lá estava com dois amigos. O Luís, rapaz tímido, dizia aos amigos que era confusão, e que não era para ele de certeza.
A Soraia Chaves vai à casa de banho, e os amigos dizem-lhe: põe-te à entrada, e mete conversa com ela quando sair. Vá, o que é que tens a perder?
Atrapalhado, o Luís assim fez: colocou-se à saída do WC.
A Soraia Chaves sai, olha para ele com ar agradavelmente surpreendido. Ele enche-se de coragem, põe o seu melhor ar de charme, e dispara:

"Então, Soraia, foste cagar?"

Lembrei-me desta velha anedota (aqui adaptada para uma modelo portuguesa, face às preocupações com o défice externo do nosso PR) a propósito de uma senhora que, em Tavira, vi arrancar calmamente na direcção das dunas com a filha, e com um rolinho de papel na mão. Voltou com a filha, mas sem o papel. Percorrendo mais dez metros, noutra direcção, poderia ter ido à casa de banho pública e gratuita, na zona dos cafés. O pormenor do rolinho de papel leva-me a especular que o que assisti não foi a uma emergência súbita, mas a um modo de estar na vida.

À entrada da praia, uma tabuleta diz que não é permitida a entrada a cães. Mas nada diz sobre porcos.