19 de setembro de 2008

Como comprar um computador?

Aqui está um post a pedido: Como escolher um computador?
Vou tentar responder, na perspectiva do utilizador doméstico - não que a perspectiva da empresa seja substancialmente diferente.

1) Computador de secretária ou portátil?
Os portáteis estão aí em força; um portátil dá-nos imensa liberdade e flexibilidade mas, se apenas o vamos usar no escritório de casa, então não vale a pena. Um pc de secretária, com características iguais ou superiores, incluindo um ecrã maior, fica mais barato.

2) Portátil, para que uso?
Se decidiu comprar um portátil, deve pensar qual o tipo de uso que lhe vai dar.
2.1 Se vai estar sempre, sempre em casa, no mesmo sítio, mais vale comprar um PC de secretária!
2.2 Se é para levar quando vai de fim-de-semana, isto é, se vai transportá-lo de forma muito pontual, então pode comprar o chamado "Desktop Replacement" - ecrã de 17 polegadas, grande, volumoso, pesado - mas com características de alto nível.
2.3 Se o vai transportar com regularidade (todos os dias de e para o trabalho/a escola), então o peso (mais do que o tamanho) deve ser uma preocupação. Tudo o que seja acima dos 3 Kgs é muito. O ideal é algo que ande na cada dos 2,5 ou 2,7 Kgs. O ecrã terá que ser de 15 polegadas ou menos. São ainda assim máquinas de muito bom nível.
2.4 Se é para andar com ele para todo o lado (de casa para o trabalho, do trabalho para a escola, da escola para casa da Irina, etc) então considere um ultra-portátil. Estas são máquinas a que se tirou tudo o que é dispensável, para ganhar em peso e em autonomia da bateria. Antigamente eram claramente os mais caros; hoje há opções verdadeiramente low-cost neste segmento.
2.5 Tem sempre a alternativa do disco externo e de uma pen drive. Para quem, por exemplo, tem um PC de secretária no trabalho/escola e outro em casa, esta opção é incomparavelmente melhor - muito mais barata, muito mais prática, muito mais leve. Tenha em atenção que tem que garantir um processo de backup do disco ou da pen drive!

3) A marca
Num portátil a marca é muito mais importante, porque os PCs de secretária tendem a ser standardizados. Se precisar de substituir ou actualizar um componente, pode facilmente fazê-lo. Já no caso dos portáteis, estamos bastante na mão do fabricante.
Assim, se no caso de um PC de secretária pode valer a pena optar por uma linha branca (desde que consideremos a marca/loja minimamente credível), no caso dos portáteis, a marca é fundamental.
As marcas de primeira escolha são a HP, a Samsung e a Toshiba. Logo depois a Asus e a Sony, seguidas pela LG.
Se o negócio for muito mais interessante, a Acer é uma opção de recurso. São no entanto máquinas claramente de pior qualidade, com taxas de avarias bem acima das marcas que referi antes.
Afastem-se das pseudo-marcas, como a Packard-Bell e a marca da moda, a Dell. A Dell, que está a entrar em força no sector das empresas, tem-me deixado francamente mal impressionado. Acho que já vi mais Dell avariados do das outras marcas (das que contam) todas juntas.
Tudo o resto, é para esquecer completamente.
Nas marcas nacionais, os Tsunami poderão ser uma opção válida: tenho ouvido excelentes referências, mas não tenho contacto directo com nenhum.

4) O disco
Compre um disco que lhe pareça suficiente para tudo o que vai querer fazer com o computador. Um disco externo parece uma boa opção, mas não é: É mais um acessório para transportar consigo; mais um peso na mala; mais uma despesa. E mais um periferico a consumir a bateria do portátil. Assim, o ideal é claramente comprar logo um portátil com espaço em disco suficiente.
Se vai descarregar centenas de fotografias das férias, ou vídeo, então irá valorizar um disco grande - tão grande quanto possível. Nesses casos, o disco externo de grande capacidade pode ser uma inevitabilidade. Para a esmagadora maioria dos usos, qualquer disco de 160 ou 120 gigabytes chega e sobra.

5) Unidades ópticas
Assegure-se que está a comprar uma máquina com gravador de DVD (um DVDRW). Há dois padrões relevantes, dos quais o DVD-RW é o "normal". A HP tinha um padrão diferente, o DVD+RW. Hoje em dia, o normal é que a sigla na unidade óptica seja DVD+/-RW, isto é, que leia ambos os formatos. O que não convém é comprar um que apenas tenha DVD+RW (pode acontecer na marca HP), apenas porque são menos comuns.

6) A memória
2 Gb de RAM. Metade disso é suficiente, mas a diferença de preço costuma ser pouco substancial.

7) O processador
Intel Core Duo, com frequência acima dos 1,5 ou 1,6 Ghz.

8) Ligações ao exterior
O computador pode ligar-se a:
- colunas externas e porventura a microfone (fichas X-jack tipo auscultadores, verde e vermelha),
- ecrã externo (ou projector de vídeo) usando uma ficha com 15 "buraquinhos" (3 filas de 5),
- A rede local (ficha tipo telefone, mas mais larga),
- à Internet via modem (ficha de telefone) - hoje em dia, é uma opção com muito pouco sentido.
- Pode haver um adaptador para ler cartões da máquina fotográfica digital ou do telemóvel. Muito práticas.
- Pode existir uma porta firewire (IEEE 1394) que hoje em dia serve tipicamente para ligar câmaras de filmar digitais.
- Por fim, pode ter uma porta para discos E-SATA; são discos externos substancialmente mais rápidos que os discos USB.
- Portas USB. Tipicamente usadas para ligar o rato, pen drives e discos externos. Podem também servir para ligar uma impressora, um scanner e praticamente qualquer dispositivo que se possa imaginar.
Duas portas USB pode ser pouco, sobretudo se estão uma ao lado (ou em cima) da outra. isto porque muitos dispositivos ocupam espaço para lá da porta, pelo que impossibilitam a ligação de outro dispositivo imediatamente ao lado.
O desejável será portanto ter 3 ou 4 portas, e sem estarem todas "em fila indiana".

9) O ecrã
O comum hoje em dia são os ecrãs de 15,4 polegadas. São semelhantes aos de 15 polegadas, mas em formato 16:9 (rectangulares). Como a maior parte das aplicações, páginas web, etc, são pensadas para ser percorridas na vertical, e não na horizontal, pessoalmente prefiro ecrãs de formato 4:3, como os de 15 polegadas.
A um ecrã mais pequeno (14, 13, ou 12 polegadas) estão associados teclados mais estreitos, logo, menos cómodos.
O meu HP com ecrã de 17 polegadas é... um mimo!
Nos ecrãs, encontramos hoje em dia as variantes "Bright" (cada marca lhe dá um nome diferente) que são ecrãs com um brilho fora de série. Ainda que a imagem seja de facto deslumbrante, têm incomparavelmente mais reflexo, o que é uma enorme desvantagem.

10) A garantia.
O normal é trazerem dois anos de garantia, com apenas 6 meses para a bateria. Recomendo vivamente a aquisição de extensões de garantia para 3, 4 ou até para 5 anos.
É que quando um portátil avaria, estamos totalmente na mão do fabricante. Num espaço de 6 meses, ouvi três pessoas queixarem-se de que "Tinha acabado de sair da garantia, avariou, pediram-me pelo arranjo o preço de um novo (ou até mais do que um novo)".
Assim, o melhor é "jogar à defesa" - ficamos "garantidos" contra estes abusos.

15 de setembro de 2008

Alguém sabe para onde foi o dinheiro?

Sócrates foi com grande aparato à Venezuela, anunciar grandes acordos com esse cavalheiro Chávez. Sábado, esse mesmo cavalheiro veio a Portugal assinar mais uns quantos acordos. E diz que já chegou a Portugal um barco com um milhão de barris de petróleo, vindo da Venezuela.

Ora que eu saiba, o preço dos combustíveis tem descido nos postos, mas bem abaixo do que tem descido nos mercados internacionais (afinal, parece que o preço de compra do barril não tem assim tanta influência no preço de venda do litro).
O dado novo é a chegada desta "prenda" de Hugo Chávez.
Será que é desta que o gasóleo volta aos 75 cêntimos? Não, não me parece.
É que alguém em Portugal anda a enriquecer com o dinheiro do petróleo, mas não sou eu. Não sei se são os accionistas da Galp, se é a administração da Galp, ou se é o Governo; mas duas coisas são certinhas: 1) Alguém anda a enriquecer e 2) Não sou eu.

Sabemos que algo de errado se passa (2)

Quando Chávez agradece a Portugal.