24 de agosto de 2007

Salga[nha]da

No fim das férias da Páscoa, a caminho de Lisboa, parámos numa estação de serviço da A1 para descansar e comer uma bucha.
[Normalmente não ligo nada a essas coisas, porque sou um homem sério, mas nesse dia] Apercebi-me da entrada de duas mulheres vistosas, que atravessaram a sala e foram para a esplanada, que estava vazia.
"Eu conheço esta cara", pensei. Ah, já sei quem é.
Peguei em papel e caneta, e fui ter com elas. Não para pedir o telefone (ver nota entre parêntesis rectos), mas para pedir um autógrafo. Mais bem pensado, e tinha pedido para ser endereçado aos leitores do Abéculas.

Simpática, sorridente e prestável, deu-me um autógrafo. E dois beijinhos. "Não dás também dois beijinhos à minha irmã gémea?" Dois segundos depois de ter descoberto que a rapariga tinha uma irmã, aí estava eu a fazer o protocolar cumprimento.

Ora uma rapariga que foi simpática comigo não merece o comentário, mas por outro lado depois do que se disse dela não é este que faz diferença. Nesse dia, quebrou-se um mito: afinal as putas também dão beijinhos!

Cinema 2007

Esta semana, aproveitando a ausência das crianças, fui duas vezes ao cinema. Tão cedo, acho que não volto. As reclamações são várias:

- Os filmes que fui ver: "A face oculta de Mr. Brooks" é melhor que "Paranóia", mas ambos são fraquinhos e algo parvinhos. A escolha dos filmes resulta sempre de um compromisso; estou certo que me teria divertido mais a ver "Die Hard 4" ou "Os Simpsons" (que não estava em exibição nas Amoreiras).

- No primeiro dia pagámos umas taxas de 50 centimos por bilhete por termos lugar VIP. "Quase todos os lugares da sala são VIP, portanto, na prática esta taxa acaba por ser obrigatória", explicou a senhora que vendeu os bilhetes.

- Em ambas as sessões tive que gramar com publicidade qb, incluindo o anúncio do MEO (o pior anúncio que vi nos últimos 2-3 anos), que de ambas as vezes me fez gumitar para o balde de pipocas do vizinho.

- Ontem fiquei sentado ao lado de uma vaca. Não, não dessas. Das outras; das ruminantes. O bife que estava ao meu lado regurgitava e ruminava pipocas como se não houvesse amanhã, fazendo tanto barulho que até as pessoas da sala ao lado estavam incomodadas.

- Pelos vistos, o objectivo hoje em dia do cinema é fazer as pessoas saltarem da cadeira. Como os argumentos são fraquinhos, e o suspense está ao nível do Hitchcock quando usava fraldas, o truque é de repente aumentar o som para o triplo do volume. O equivalente digital a gritar ao ouvido de alguém. Chama-se poluição sonora.