O tempo, medido em pêssegos
Enquanto começava a descascar um pêssego ao jantar, a Carolina (5) pegou-se com o mano (2). Aqui o Salomão chamou ambos à sua presença. O caso era dramático: ambos queriam o mesmo brinquedo!
Proferi então a sentença: "Bricas com isso até eu acabar o pêssego, depois dás ao mano."
Carolina: "Pai, deixa estar; pode brincar primeiro o mano." E entregou-lhe o brinquedo.
A suspeita instalou-se, pelo que perguntei: "Então, Carolina, querias tanto o brinquedo, porque é que o deste ao mano?"
Carolina: "É que eu sou muito esperta."
Eu: "Explica lá isso..."
Carolina: "Eu sei que demoras pouco tempo a comer o pêssego, portanto o mano vai brincar pouco tempo, e depois eu tenho muito tempo para brincar."
Confirmou-se a minha suspeita... :-)
Epílogo: Para quem porventura achar que me portei como uma abécula, e que era minha obrigação defender o mais pequeno da esperteza da mana, fica o registo da minha segunda suspeita, que também se confirmou: Quando terminei o pêssego, já o rapaz tinha trocado de brinquedo umas 4 vezes...