28 de janeiro de 2006

De um economista sofrível (*)


"Underlying most arguments against the free market is a lack of belief in freedom itself."
Milton Friedman, In "Capitalism and Freedom"
Para quem achar que eu devia dizer "de um bom economista", já que tive 14 à cadeira de Macroeconomia do Sr. Silva, esclareço que o economista sofrível a que aludo é o Sr. Friedman, não eu próprio.

Esquerda vs Direita


Esta é uma discussão recorrente, à qual aqui dou a minha achega.
São despropositadas as análises do tipo bonzinho/mauzão, socialmente responsável/egoísta, pobre/rico, trabalhador/patrão, culto/analfabeto.
Para mim, o que separa quem se diz de esquerda de quem se diz de direita é o papel que atribui ao Estado.
Quem é de esquerda, acha que ao Estado compete zelar pelo bem-estar dos cidadãos. Empregos perpétuos, subsídios de desemprego (mas também outros subsídios), rendimento mínimo garantido, Serviço Nacional de Saúde, ensino gratuito, envolvimento do Estado em empresas, são soluções desejáveis.
Há aqui, inevitavelmente, uma desresponsabilização do indivíduo. Não preciso de trabalhar bem, porque é difícil que seja despedido. Se a empresa acabar por fechar, terei subsídio de desemprego. Poupar para quê, se o Estado paga a saúde, a educação, financia os transportes, e até troca barracas clandestinas por casas acabadas de construir?
O Estado, que é mau gestor como sobejamente sabemos, tem que "engordar" para dar de mamar a tanta gente. Isto significa cobrar mais impostos a quem trabalha e às empresas que dão lucros.

Quem é de direita prefere que os incentivos sejam colocados no esforço individual. Eu trabalho bem, porque assim o meu patrão vai querer manter-me. Se o negócio lhe correr bem, irá criar novos postos de trabalho.
Por outro lado, o Estado ao diminuir a sua intervenção diminui o peso que, pelos impostos, coloca sobre as empresas e sobre quem trabalha.

A distribuição de riqueza é feita, num caso e noutro. À esquerda, por meio de legislação e por decreto do Estado que, ao concentrar grande parte da riqueza do país, vai tirando quase tudo a quase todos. À direita, o acesso à riqueza é influenciado em menor escala pelo Estado, por este ser menor. E é também influenciado pela capacidade de trabalho, competência, empreendedorismo.
Ao que parece, as assimetrias entre ricos e pobres são mais acentuadas em países como a Polónia, Rússia, China, Cuba do que em países como a Austrália, os EUA, o Canadá e os países da Europa dos 15.

Na minha visão porventura incompleta ou simplista dos factos eu, que não sei o que é a diáspora portuguesa nem a cidadania global, afirmo-me de direita: em vez de dar um peixe a quem tem fome, o Estado deve preocupar-se em ensiná-lo a pescar (e porventura criar condições para que ele compre/alugue a cana de pesca).

Sobre uma variante a este tema, sugiro a leitura do Strix Aluco.

25 de janeiro de 2006


Devolvo


Eu, de Volvo, só se for côr-de-Laranja (da Carris).
Além de só fazerem banheiras, que para o meu gosto (subjectivo) são pouco apelativas, têm agora um idiota anúncio na rádio.
Alguém vai comprar um carro de uma qualquer marca e descobre que tudo é pago como extra. O rádio custa x, os estofos em pele custam y e o GPS custa z.
Depois falam de um Volvo em que todos esses extras estão incluídos mas terminam referindo que o preço... não inclui despesas de preparação e transporte!

23 de janeiro de 2006

Importância e urgência


"Do first things first, and second things not at all."
—Peter Drucker.

Ou, como dizia o mui sensato Rui Alexandre,
"Primeiro faz-se o que é importante, só depois o que é urgente."
(ou isto, mas por outras palavras).

Este post é dedicado ao novo Presidente da República, de quem se espera que faça muitas coisas importantes.

22 de janeiro de 2006

Outro perdedor


A TVI levou a lição mal estudada e nem tão pouco teve a capacidade de improvisar. A Manuela Moura Guedes então, quando abre aquela grande boca, sai sempre asneira de envergadura.
A atitude de grande agressividade relativamente aos convidados/comentadores de cada candidatura tornou-se incómoda não só para os visados como também, pelo menos no meu caso, para os espectadores.
Fica-me a dúvida se os espanhóis saberão o que estão a fazer, ao investirem naquele cavalo.

No Job for the boi


Sendo certo que Sampaio teria ficado mais um mesito ou dois como presidente se houvesse segunda volta, será que vai ter indemnização por parte do Governo pela saída antecipada?

Sem Paio


A grande alegria destas presidenciais: Adeus, Sampaio. Volta lá para o ninho de víboras do PS, que tanto te deve. As dívidas pelos serviços que prestaste são tantas que és capaz de precisar de levar o "Cobrador de Fraque".

O grande perdedor


Quero aqui assumir que o grande perdedor destas presidenciais fui eu.
Olho-as agora com uma oportunidade perdida. Desde que eu voto, de resto, desde que se vota, é a primeira vez que é eleito um presidente de direita, a área política com a qual me identifico. Assim sendo, perdi em todas as eleições presidenciais até hoje, e hoje o meu voto teve tanto de Alegre como de perdedor.
Não votei em Cavaco face ao que foram os episódios do "período Santana Lopes". Mas sobre isso já escrevi.
De entre as alternativas, Alegre era o sapo mais apetecível. Sendo evidente que também ele é um candidato do PS, mais precisamente daquele PS que preferia ver Sócrates pelas costas (e longe), fica provado que há política para além dos partidos.

Post Scriptum: Também eu, à semelhança de Louçã, Alegre e Soares, telefonei a Cavaco Silva a dar-lhe os parabéns e desejar felicidades. Mas desisti, porque estava sempre impedido.

Nice try!


Entre a sondagem, que não exclui uma segunda volta, e os dados do STAPE onde Cavaco está agora em 53% e falta contar todas as grandes freguesias, que são as que menos favoráveis lhe são, parece-me quase certo que vai ser um quase, quase, mas sem lá chegar à primeira (logo, suspeito, terá que esperar agora mais 10 anos). Ou não...

O meu Alegre voto


Nunca votei tão Alegre como hoje. E não que estivesse convicto da minha decisão.
Pedi ajuda à minha filha. Aos seus 4 anos, o mais apelativo era o Louçã. Por recusa minha, sugeriu-me o Garcia Pereira.
Este pequeno episódio mostra o que dizia Churchill:
Quem não é de esquerda em jovem, não tem coração; quem não é de direita em adulto, não tem inteligência.

As voltas da vida


A mim, ninguém me tira da cabeça: Cavaco ganha à primeira, ou perde à segunda.