28 de novembro de 2005

O protocolo de Kyoto



Interessado na ecologia, mas também na economia, li recentemente um vasto artigo sobre o protocolo de Kyoto (Nota: passou talvez um ano, pelo que este meu post deve ser validado contra o texto do acordo, propriamente dito). Nele se falava entre outros aspectos da cedência de créditos, dos países que não estão obrigados ao seu cumprimento (Índia, China) e dos países que não subscreveram o acordo (EUA, Austrália e outros).
No Canadá, 180 países reunem-se para decidir de que modo vão acelerar a perda de competitividade de regiões económicas como a Europa para outras regiões, como o BRIC (Brasil, Rússia, Índia a China).
Os EUA, mais pragmáticos e porventura mais objectivos, não assinaram o protocolo, não porque queiram dar cabo da camada de Ozono mas porque se recusam a criar mais uma desvantagem competitiva face, nomeadamente, à China (que está dispensada do seu cumprimento durante 10 anos, do que me recordo, por força de um qualquer indicador como o PIB per capita).
A burra Europa, digo, a boa Europa, no seu estilo maternal face ao resto do mundo, fixou, para si e para os seus, critérios mais exigentes do que todos os restantes países.
A permuta de créditos de Carbono (acho que é o nome) é uma forma de transferir dinheiro para países do Terceiro Mundo já que estes, não tendo indústria desenvolvida, não excederão as respectivas quotas.
    Como pode a Europa manter-se competitiva e sobreviver, quando:
  • os seus trabalhadores ganham mais do que os outros,

  • exigem/reivindicam mais do que os outros (ao contrário de países onde a escravatura ou quasi-escravatura é a forma habitual de relação patrão-empregado)

  • além disso, a produção (aliás, a sua poluição) é penalizada por transferências por conta do protocolo de Kyoto, acima de todas as que foram fixadas para outros países


Vejo como grande mérito do protocolo de Kyoto o incentivo ao desenvolvimento de tecnologias alternativas, renováveis. Ao nível da implementação, parece-me que a boa da Europa, no seu pior estilo, baixou a cueca. Pior ainda, fê-lo sem dar sequer por isso!

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