31 de maio de 2006

2+2=?


No planeta do futebol Deputados alteram agenda parlamentar para assistir ao jogo Portugal-México. Entretanto, num lugar recôndito, ministra da educação critica os professores por, evitarem as turmas com os alunos mais complicados.
"tudo se cumpre, burocrático e administrativamente, de forma perfeita" e vem a inspecção "que confirmará a conformidade com as normativas legais". Mas neste processo, garante, não há uma organização em função dos resultados.
É curioso que o bom funcionamento e cumprimento da complexa lei, por parte das escolas, seja apontado de forma crítica. Por outro lado, é bem sabido que quem quer orientação para os resultados deve incentivar em função dos mesmos. Scolari e os jogadores ganharão mais caso Portugal vença mais jogos. As administrações dos bancos ganham mais se os resultados forem melhores. Já o desgraçado do professor ganha o mesmo, leve ou não bordoada dos alunos durante as aulas.
Prova disso é o exemplo míope que a própria ministra dá, ao comparar os professores com os médicos. Sucede a carreira de um médico progride em função de aspectos como o número de operações que realiza. Logo, o médico é incentivado a procurar os casos mais difíceis. Q.E.D.

2 comentários:

Elise disse...

a administração e gestão das escolas deveriam ser o mais descentralizadas possível. os vales ensino são uma óptima opção.

os pais poderiam escolher as escolas e estas teriam de competir entre si para atrair alunos. as escolas poderiam contratar os professores e elaborar os programas e métodos de ensino mais adequados.

os alunos mais problemáticos poderiam frequentar escolas com professores preparados, curriculos e programas especiais que envolvessem os pais.

eu estudei numa escola primária de um bairro social e não guardo boas recordações. e é muito triste constatar que passados 20 anos tudo está na mesma ou pior.

mas fazer dos professores um bode expiatório para o estado em que se encontra o nosso ensino é um pouco desonesto. há muita culpa para distribuir.

e seria mais produtivo que em vez de alimentar este jogo de culpas, pais, professores, pessoal auxiliar, técnicos, políticos, etc, pedissem mudanças que interessam a todos.

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

Para mim, o problema essêncial está nos pais. Não sou pai... mas sei ver que quando um pai (mães incluidas) desculpabiliza o filho que manda um professor a sítios não mencionáveis, ou mesmo o agride, não há sistema educativo que aguente.