Esta semana anunciava-se, salvo erro depois do jogo da final da taça dos campeões, uma entrevista com Judite de Sousa. O entrevistado, o tal de Sargento que é um herói deste país. O que é que ele fez que seja merecedor de ir à televisão? Recebeu uma bebé em casa, sem ter seguido o processo de adopção; quando o pai legítimo, biológico, pediu que lhe fosse entregue a criança, apresentou recurso atrás de recurso, arrastando o processo na justiça. Desobedeceu ao tribunal que lhe ordenou que revelasse o paradeiro da criança. Fez a cabeça à miúda que tem em seu poder (é o termo) de forma obviamente ilegal, para que ela ache que o pai biológico é um monstro. Ou alguém acha que uma miúda de 6 ou 7 anos, naquelas circunstâncias, não é fácil de condicionar?
Por alguma razão tem, no entanto, amigos poderosos. Amigos como Maria Barroso; o que lhes falta em respeito pela lei (veja-se desde logo o caso de Mário Soares) sobra-lhes em jogadas de bastidores.
E é assim que um Sargento Zé Ninguém acaba na TV, a dar uma entrevista. Inacreditável.
Há mais quem pense como eu, mas são a excepção. Os psicólogos que aparecem a falar parecem-me míopes. Não sei se são todos assim, ou se estes são os que a comunicação social quer mostrar.
O melhor, acho eu, é ler o acórdão do tribunal. Ou então que se estabeleça a extinção dos tribunais e que a justiça passe a ser feita pelo povo, talvez de novo em volta do pelourinho no centro da vila.
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