23 de abril de 2009

O 25 de Abril e a arte

Artista que é artista (poeta, pintor, músico) é de esquerda. Bom, haverá umas excepções, mas mais para provar a regra que outra coisa. Observo, no entanto, que os artistas de referência do 25 de Abril (*) são especialmente fraquinhos. Ou distraídos. Ou talvez a culpa seja dos ácidos, sei lá.

Em termos literários, são os autores daquelas pérolas de rua, do tipo "Liberdade sim, Fascismo não".

Hoje ouvi uma música da altura. A melodia não era bonita, e não me pareceu particularmente bem cantada. Mas quem sou eu, um homem de direita, para apreciar a arte?

Chamou-me à atenção sobretudo a letra da música. Fala de um rouxinol a quem cortaram as asas, e que portanto não pode voar. Ora isto é muito estúpido:

- Os rouxinóis não são conhecidos pelas suas asas nem pelo seu vôo. Se fosse um falcão ou um albatroz, ainda se percebe. As asas do Rouxinol são a Famel Zundapp das aves.

- Por outro lado, o rouxinol é conhecido, isso sim, pelo seu canto - Não existe a expressão "Voar como um rouxinol", mas existe a expressão "Cantar como um rouxinol". Além disso, que eu saiba o antigo regime era criticado pela falta de liberdade de expressão, não por impedir as pessoas de voarem ou até de se deslocarem por outros meios.

Ora não seria mais lógico dizer que "Partiram o bico ao rouxinol, ele voa para onde quiser, mas lá cantar, isso não canta"?


(*) Abriria aqui uma excepção para José Barata Moura...

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