30 de dezembro de 2005

Metro e meio


O Metropolitano de Lisboa, E.P., é a empresa mais detestável, prepotente e arrogante de que tenho memória. Assim o é, desde que há memória, mas a situação tem-se vindo a agravar de uma forma impressionante.

Tenho comigo um bilhete de metro de 10 viagens. Custo: 6,35 EUR, emissão: 16/12/2005.
Tenho outro, mais antigo. Custo: 6,00 EUR, emissão: 17/9/2004. Ainda outro, mais antigo: 6/11/2003.

Primeira constatação: Nos últimos dois anos, o preço aumentou 11,6% ao ano (no total, 24,5%. Os comboios não passaram a ser mais frequentes, não reconheço melhorias em qualidade nos últimos 2 anos, e não servem cafés a bordo.

Segunda constatação: Se quiser usar um dos bilhetes mais antigos, não posso. Foram-me dados alguns dias, após mudança de tarifa, para trocar de bilhete. Sucede que é nula a minha disposição para ir para longas filas para me trocarem um bilhete de 6,15 euros (já só com 3 viagens) por um bilhete de 6,35 euros, com as mesmas três viagens. Curiosamente, o bilhete não refere qualquer prazo de validade!

Terceira observação: O que há de diferente no Metro, para justificar esta variação anormal? Algumas coisas:
- As paragens e avarias na linha parecem-me mais frequentes, mas pode ser da má vontade com que estou.
- Os pedintes nas carruagens parecem-me mais, mas pode ser devido ao mesmo fenómeno.
- Objectivamente, temos agora o desconforto acrescido de umas portas que nem sempre funcionam bem, nem sempre aceitam o bilhete e, mesmo quando funcionam, são um entrava à circulação, mais aborrecido ainda em hora de ponta.
- Sempre achei que estas portas visavam evitar os caloteiros que andavam sem bilhete. Ora, isso deveria significar que o projecto era todo ele pago pelo aumento das receitas provenientes desses passageiros, que iriam passar a pagar bilhete. Donde, não deve ser essa a justificação de um aumento de 11,6% ao ano, nos bilhetes.
- Objectivamente, temos longas caminhadas nas mudanças de linha, e temos mudanças de linha mais frequentes. Experimentem ir da Gare do Oriente até ao Colégio Militar. O percurso demora, incrivelmente, quase uma hora!

Recentemente vi um artigo em que a administração do Metropolitano de Lisboa dizia que "não andava a reboque da Câmara Municipal de Lisboa", isto em relação à reparação de fendas, à muito identificadas, na zona do Marquês, e que deveriam ser reparadas antes da continuação do Túnel do Marquês. Infelizmente, a tragédia de Entre-os-Rios não serviu de lição.
Se eu mandasse, mas não mando, quem produziu esta afirmação fantástica iria ficar a observar as ditas fendas, durante toda a obra, nos túneis do Marquês. Se a coisa corresse mal, sempre poderia pedir um "reboque da Câmara".

Ah, gentalha detestável, prepotente e arrogante!

Sem comentários: