11 de fevereiro de 2006

Três eleições e dois funerais


Não é meu hábito falar sobre o passado, mas desta vez vou falar sobre um cadáver, Mário Soares. Um cadáver em putrefacção, com o cheiro característico - sobretudo quando abre a boca para falar. A certidão de óbito passada nas eleições presidenciais em 2006 é prova disso.
Terá talvez morrido de tristeza, já que eu acho que pai algum deve sobreviver aos seus filhos ou, dito de forma mais crua, nenhum pai deve passar pela experiência de enterrar um filho.
Dizer que "perder, seria ter desistido" é argumentar em desespero. No final do Benfica 3-Sporting 1, Koeman teve a razoabilidade de não dizer que "perder, seria ter desistido". Para argumentar com tranquilidade, haveria que ter desistido a favor de Manuel Alegre, e depois cobardemente pôr a culpa no Alegre poeta.
Em suma, e ao contrário do que Sócrates disse, Koeman deu-nos uma melhor lição do que o alegado pai da democracia, já que não só foi até ao fim como soube entender o que se passou.

2 comentários:

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

Ele que se deite, que é logo enterrado, mesmo que ainda tenha espamos cardíacos e o pulmão teimoso.

Gonçalo Taipa Teixeira disse...
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