26 de março de 2007

A Esmeralda do caso

Quem olha para este tipo de temas de uma forma desapaixonada, percebe (depressa) que há várias verdades, e não uma única verdade. O homem que vai "às meninas" e pede um teste de ADN para saber se o filho é seu está a fazer algo que, não sento poético nem romântico, é no mínimo sensato. E prudente. É que afinal o pai está em campo desde que a menina nasceu, ou perto disso (note-se que a menina foi registada como filha de pai incógnito).
O lugar de um sargento que desobedece a uma ordem de tribunal é a cadeia. Quem deve decidir sobre as atenuantes, que as haverá, e sobre a pena a aplicar, é quem tem informação e preparação para o assunto - os tribunais, e não a Dona Clotilde, que é funcionária dos CTT da Amadora.
Em circunstâncias normais, o Sargento fartava-se de apanhar sabonetes na cadeia, e acatava as ordens do tribunal. No entanto, ao que parece, o sargento tem as costas bem quentinhas, já que será (alegadamente?) próximo de Maria Barroso, que terá sido a primeira subscritora do tal de Habeas Corpus, de que toda a gente fala, sabendo ou não do que se trata. Do que ouvi e do que li, diria que é um bocadinho mais do que "Coitadinho dele, não devia estar preso. É tão boa pessoa!"
Quanto às famosas 10.000 assinaturas, servem para demonstrar o óbvio: somos um país onde há muita gente boa e ingénua, que assina um pedaço de papel, sem saber do que se trata, pensando que está a fazer algo de bom. Uma mentira, ou uma verdade, não deixam de o ser por serem repetidas 10.000 vezes.

Sem comentários: