Cavaco Silva lançou a ideia de que os salários dos gestores deviam ser de algum modo regulados e condicionados, inevitavelmente pelo Estado. A iniciativa vem da chanceler alemã, Angela Merkel.
A ideia seria a de que os gestores deviam ter incentivos apenas para resultados que sejam sustentados e a longo prazo, e não por jogadas que permitem ter resultados no imediato mas, porventura, pondo em causa a própria existência da empresa a médio-prazo (ver caso da banca e crise do sub-prime, e casos mais antigos como o da Enron).
Belmiro de Azevedo diz que o Estado não tem que se intrometer no que é iniciativa privada. Fernando Ulrich veio a público dizer que é inaceitável esta perseguição às empresas do PSI-20. Agora vejam o que foi a evolução do valor da empresa (cotação das acções) da Sonae SGPS e do Banco BPI, nos últimos 12 meses. Percebe-se bem porque é que estes dois gestores não querem ser pagos e premiados em função dos resultados das respectivas instituições, não é?
Imagino que o Gonçalinho irá colocar um post a reclamar desta intrusão do estado na vida privada. Eu considero-me tendencialmente liberal, mas tristemente as imperfeições do mercado tendem a surgir de forma muito marcada e muito marcante.
Se não, expliquem-me como é que é possível que os administradores da Brisa sejam aumentados em 119% num período em que os lucros caíram 43,88%.
"É uma questão de equilíbrio entre oferta e procura; se houvesse cem mil gestores, os salários seriam mais baixos". Bullshit! Há gestores a ganharem fortunas para gerirem dinheiro de outros. O dinheiro é malbaratado, e nem por isso os prémios deixam de ser principescos. Com estas permissas, qualquer um é gestor. Até o macaco que a Ponto Verde ensinou a separar o lixo!
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