Centenas de automobilistas andam a mais de 200 kms/h e no IP4 anda-se mais depressa que na A1. Os dados foram captados com câmaras da Estradas de Portugal, e não da Brigada de Trânsito. Esta é a notícia. Tudo o resto, é anedótico; diria mesmo que é argumentação em zigue-zague. Vejamos:
- Face à notícia, "as autoridades reagiram com alguma surpresa" e, mais adiante, "não vamos tolerar este tipo de velocidade" - o que é que fizeram? "...com o problema a fazer parte da agenda da próxima reunião". Desde já avança o responsável que vai "redireccionar os radares da BT para as zonas onde ocorrem mais infracções, sem descurar as restantes". Magia! Vai haver zonas que, apesar de não serem descuradas, vão deixar de ter radares!
"As pessoas queixam-se que o IP4 é martirizado pelas forças de segurança, mas estes números provam que não é assim tanto"
O que significa: "É, mas não tanto quanto se diz."
Curiosamente, a Estradas de Portugal parece é ser muito mais eficiente a detectar as infracções! Lembram-se que as autoridades "reagiram com alguma surpresa", não lembram?
Depois o presidente da Associação de Utentes do IP4 diz que os dados "não devem ser aproveitados para culpabilizar de imediato a estrada ou os condutores", embora frise que considera "estas atitudes (excesso de velocidade) condenáveis". Ou seja, não devemos condenar estas pessoas que têm atitudes condenáveis? Estou a (des)entender bem?
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