Já aqui o disse; em qualquer acidente rodoviário que aconteça, rapidamente vemos a política a falar em excesso de velocidade e álcool. Sempre achei muito curiosa esta pressa em concluir pela culpa do excesso de velocidade, face a alternativas como o mau estado do piso, mau estado do veículo, má condução (o que pode ser muita coisa), má construção da via, etc. Googlei "Excesso de velocidade" e encontrei estes dois gráficos, ambos referentes ao Brasil:
Fonte: http://www.dnit.gov.br
Dados curiosos os que aqui são referidos, quanto à sinistralidade no IP4. A maior velocidade registada este ano na A1 foi abaixo dos 180 kms/h, face ao limite de 120; já no IP4, onde o limite é 90, foram registados 2.200 carros a circular acima dos 180, ie, 2200 carros a circular mais depressa do que a maior velocidade registada na A1.
Então e os acidentes?
Em 2004, 33 mortos.
Em 2005, 18 mortos.
Em 2006, 13 mortos.
Em 2007, 8 mortos.
Em 2008, até agora, 3 mortos, pelo que o número poderá muito bem ficar abaixo do ano passado.
Dos vários troços do IP4, as maiores velocidades registam-se nos últimos quilómetros a caminho de Espanha. Curiosamente, esses são os de MENOR sinistralidade! Há muitos carros, a andar muitíssimo mais depressa, e os acidentes são menores.
Um dia destes a Brigada de Trânsito contrata alguém que saiba alguma coisa de estatística, e que estude a questão a fundo, e ainda irá concluir que "O acidente deveu-se a falta de velocidade"!
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