A caminho da escola, pergunta-me o Ricardo:
"Pai, todas as pessoas morrem?"
Hesitei e respondi:
"Sim, Ricardo, quando ficam muuuiiito velhinhos!"
Depois apercebi-me do erro em que estava a cair, e acrescentei prontamente:
"Ou então quando estão muito doentes. Ou quando têm um acidente."
O Ricardo ficou a processar, e acrescentou:
"E pode-se morrer tanto de dia como de noite? Há pessoas a morrer todos os dias?"
Senti-me novamente em terreno pantanoso, mas respondi que sim.
"Pai, as pessoas nunca acabam."
Pedi-lhe que se explicasse.
"Há todos os dias pessoas a morrer, mas há também todos os dias a nascer. Portanto, as pessoas nunca acabam."
Perguntei-lhe se tinham falado nisso na escola, ou se tinha visto alguma coisa na televisão.
"Não, fui eu que estive a pensar."
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