É certo e sabido.
Quando se fala de sinistralidade rodoviária, a explicação é sempre rápida a aparecer: álcool e excesso de velocidade. Nunca é do nevoeiro. Nunca é da chuva. Nunca é do parque automóvel envelhecido e degradado. Acima de tudo, nunca é culpa do mau estado das estradas.
Nunca? Parece que não. O Ministro do Ambiente teve um acidente ontem. Não houve feridos, mas pelos vistos foi aparatoso: capotamento. Por uma vez, a notícia não diz que o acidente resultou de álcool, tão pouco do excesso de velocidade, mas da chuva que caiu. How convenient.
Ora o argumento habitual é que com chuva/nevoeiro/etc é preciso andar mais devagar, não é? Duas coisas vos digo: ontem à tarde andei de carro, apanhei chuva e não tive nenhum acidente. Se tivesse capotado com o carro, seguramente as notícias diriam que tinha sido devido ao excesso de velocidade.
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