Por uma razão que eu desconheço, é politicamente correcto ser condescendente em relação à atitude de Scolari no fim do jogo. Há até, pasme-se, quem encontre qualidades naquela manifestação.
Scolari deu um murro num jogador da equipa contrária. Se não acertou, como disse, foi porque falhou, o que não o desculpa. Podia ao menos ter emendado a mão (expressão curiosa para usar neste caso), tendo pedido desculpas imediatamente após o jogo. Não o fez; optou por tentar explicar o inexplicável.
"Ah, mas é que ele fez muito pelo país e pela selecção." Concordo, mas uma vez mais isso não o desculpa, nem tão pouco relativiza o acto. Carlos Cruz, parece (parece!), não justificou (alegados) actos de pedofilia na base de "eu prestei grandes serviços ao país, logo, posso bem abusar de uns putos". O que ele diz é que não praticou os actos.
Cavaco, esse, ultimamente não me surpreende. Uma no cravo, outra na ferradura. Condenou o acto em si, para logo de seguida o relativizar "diz-me que no campo as coisas são mais emotivas, que é diferente, e isso de facto eu não sei, porque vejo os jogos no sofá". Ora isto é idiota mas, tristemente, vindo do Rei do Politicamente Correcto, já não surpreende. Estou mesmo em crer que Cavaco é pessoa para lhe atribuir uma qualquer Grã Cruz.
Qual é a autoridade que Scolari tem, hoje, para condenar atitudes violentas dos jogadores?
Os jogadores e o treinador são, que eu saiba, dos profissionais mais bem pagos do país. O que Scolari fez (a atitude e as declarações posteriores) foram indignas de um profissional, logo, rua com ele.
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