"Pai, o Ricardo pisou-me."
"Foi sem querer, pai."
"Não foi nada, Ricardo. Fizeste de propósito."
"De propósito? Eu nem pisei a mão toda!!"
20 de dezembro de 2008
As tangas do Ricardo (65)
Pergunta filosófica do Ricardo, hoje:
"Um polícia que é mau prende-se a ele próprio?"
Esta faz lembrar o paradoxo de Russel (a.k.a. paradoxo do barbeiro).
"Um polícia que é mau prende-se a ele próprio?"
Esta faz lembrar o paradoxo de Russel (a.k.a. paradoxo do barbeiro).
Palhaços à solta, fora do circo
A palhaçada do inesgotável "Caso Esmeralda" continua:
"(...)A sua advogada, Inês Carvalho Sá, em comunicado, afirmou que a decisão coloca em causa todo o esforço de aproximação entre o casal e Baltazar. "Hoje sinto vergonha de ser portuguesa, de ser advogada ao ver torturada uma criança, forçada fisicamente e coagida psicologicamente quando o que se imporia era uma solução gradual e consensual, tanto quanto possível securizante e que respeitasse os vínculos e os afectos da criança", afirmou.(...)"
Ao fim de quatro anos, a sentença decretada em primeira instância, e confirmada em todos os recursos, está ainda por cumprir. Quatro anos dá para muita gradualidade.
A advogada que zela pelos interesses do casal (que é alguma coisa entre raptor e afectivo) fala agora, de ânimo leve, em tortura da criança, coacção física e psicológica...
Também eu sinto vergonha de a senhora ser advogada...
"(...)A sua advogada, Inês Carvalho Sá, em comunicado, afirmou que a decisão coloca em causa todo o esforço de aproximação entre o casal e Baltazar. "Hoje sinto vergonha de ser portuguesa, de ser advogada ao ver torturada uma criança, forçada fisicamente e coagida psicologicamente quando o que se imporia era uma solução gradual e consensual, tanto quanto possível securizante e que respeitasse os vínculos e os afectos da criança", afirmou.(...)"
Ao fim de quatro anos, a sentença decretada em primeira instância, e confirmada em todos os recursos, está ainda por cumprir. Quatro anos dá para muita gradualidade.
A advogada que zela pelos interesses do casal (que é alguma coisa entre raptor e afectivo) fala agora, de ânimo leve, em tortura da criança, coacção física e psicológica...
Também eu sinto vergonha de a senhora ser advogada...
19 de dezembro de 2008
As tangas do Ricardo (64)
Hoje, depois de discutir comigo no carro porque é que as zebras e os tigres têm riscas pretas, o Ricardo explicou-me que o animal mais perigoso de todos é o Tigreleão:
"É mais perigoso que o Dinossauro Rex"
Eu: "E é mais perigoso que o Dragão-Marinho-Alforreca?"
"Sim, é mais perigoso, porque o Dragão-Marinho-Alforreca (*) só vive no mar, e morre fora de água."
(*) Mais um dos animais mitológicos do Ricardo...
"É mais perigoso que o Dinossauro Rex"
Eu: "E é mais perigoso que o Dragão-Marinho-Alforreca?"
"Sim, é mais perigoso, porque o Dragão-Marinho-Alforreca (*) só vive no mar, e morre fora de água."
(*) Mais um dos animais mitológicos do Ricardo...
14 de dezembro de 2008
Terminator
O primeiro foi muito bom, o segundo foi genial, o terceiro foi fraco.
Pelos vistos, em 2009 vai existir um quarto, desta vez sem o Governator.
13 de dezembro de 2008
Oposição ao presidente
Jornalista despedido pela sua estação de rádio, pouco tempo depois de ter interrompido o Presidente Russo numa conferência de imprensa.
Esteve umas horas na esquadra, e foi libertado. Diz que foi bem tratado - até lhe ofereceram café. A notícia não diz se ele tomou o café ou não mas, se tomou, é capaz de vir a ser notícia daqui a uns dias...
Esteve umas horas na esquadra, e foi libertado. Diz que foi bem tratado - até lhe ofereceram café. A notícia não diz se ele tomou o café ou não mas, se tomou, é capaz de vir a ser notícia daqui a uns dias...
6 de dezembro de 2008
Cem comentários
Dos 75 deputados eleitos pelo PSD, 30 faltaram à última votação no parlamento. Devido aos deputados do PS que votaram contra ou que se abstiveram, por uma vez o PS poderia não ter levado a sua avante.
As tangas do Ricardo (63)
É difícil transmitir o fascínio deste rapaz por todo o tipo de animais, das formigas aos cães de todas as raças, passando por crocodilos, borboletas, vacas, dinossauros, tubarões, ... São todos bonitos. E não há animais maus ou perigosos. (*)
"Quando for grande, quero trabalhar no jardim Zoológico, a tomar conta de animais".
Esta semana, foi visitar o oceanário mais uma vez, de onde veio encantado com o polvo, "o mestre do disfarce".
(*) Alguns animais, claro, só servem para ser mortos. É o caso do polvo que apanhei no Verão, e que o Ricardo queria matar... à pedrada (com pedras do tamanho de uma moeda). Ou dos insectos que mata, em casa (a mana foge deles a sete pés, ou chama-o para os matar). Ou da cena fantástica dos "pirolitos".
"Quando for grande, quero trabalhar no jardim Zoológico, a tomar conta de animais".
Esta semana, foi visitar o oceanário mais uma vez, de onde veio encantado com o polvo, "o mestre do disfarce".
(*) Alguns animais, claro, só servem para ser mortos. É o caso do polvo que apanhei no Verão, e que o Ricardo queria matar... à pedrada (com pedras do tamanho de uma moeda). Ou dos insectos que mata, em casa (a mana foge deles a sete pés, ou chama-o para os matar). Ou da cena fantástica dos "pirolitos".
Carolina ao vivo (9)
A Carolina anda numa fase engraçada. Quase todos os dias de manhã me coloca uma questão para eu lhe explicar, a caminho da escola.
"Para onde é que vai o lixo?"
"De onde é que vem a água da chuva?"
Hoje estava entusiasmada porque "O trabalho para casa é estudar, porque na 3a e 4a feira vamos fazer fichas. Eu adoro fazer as fichas de matemática."
"Para onde é que vai o lixo?"
"De onde é que vem a água da chuva?"
Hoje estava entusiasmada porque "O trabalho para casa é estudar, porque na 3a e 4a feira vamos fazer fichas. Eu adoro fazer as fichas de matemática."
As tangas do Ricardo (62)
Antes de ontem, à noite:
"Pai, eu hoje vou dormir no quarto da mamã.
Tu ficas no meu quarto, que ficas mais à vontade. No meu quarto, ninguém te chateia."
"Pai, eu hoje vou dormir no quarto da mamã.
Tu ficas no meu quarto, que ficas mais à vontade. No meu quarto, ninguém te chateia."
1 de dezembro de 2008
O clima
Há quem diga que o clima está a mudar; há quem defenda que o que está em causa tem mais de político do que de técnico/científico. Há até quem diga que o clima sofre de doença bipolar Eu não sou especialista nestas áreas, e tento manter uma mente aberta, mas tento observar com atenção. E ontem observei o seguinte:
1. Quando eu tinha 10 anos, o meu pai comentava que uma vez, quanto ele tinha uns 10 anos, tinha nevado em Lisboa.
2. Ontem, caiu um granizo "forte e feito", acompanhado de alguns - poucos - flocos de neve. Nos últimos 5 anos, nevou outras duas vezes em Lisboa.
3. Ou seja, alguém com a idade do meu pai viu nevar 4 vezes em Lisboa; alguém com a idade dos meus filhos viu nevar... 3 (*).
Sure thing, não estamos perante dados científicos, objectivos, mas estamos perante uma observação da realidade. Uma coisa é certa, se ainda não estamos perante a neve de S. Petersburgo, ao leigo espectador do tempo afigura-se que algo está a mudar.
(*) Também esta contagem é obviamente nada científica...
1. Quando eu tinha 10 anos, o meu pai comentava que uma vez, quanto ele tinha uns 10 anos, tinha nevado em Lisboa.
2. Ontem, caiu um granizo "forte e feito", acompanhado de alguns - poucos - flocos de neve. Nos últimos 5 anos, nevou outras duas vezes em Lisboa.
3. Ou seja, alguém com a idade do meu pai viu nevar 4 vezes em Lisboa; alguém com a idade dos meus filhos viu nevar... 3 (*).
Sure thing, não estamos perante dados científicos, objectivos, mas estamos perante uma observação da realidade. Uma coisa é certa, se ainda não estamos perante a neve de S. Petersburgo, ao leigo espectador do tempo afigura-se que algo está a mudar.
(*) Também esta contagem é obviamente nada científica...
24 de novembro de 2008
As tangas do Ricardo (61)
Ontem ao passarmos de carro pela 2a Circular, diz o Ricardo: "Pai, vai mais depressa! Muito, muito depressa!"
Diz a mãe: "Não pode ser, que se não temos um acidente. Depois os outros carros param, e o pai não consegue parar a tempo, e batemos."
E o Ricardo, numa lógica algo difícil de contrariar:
"Eu falei com os carros - eles falam uma língua, que é a língua da buzina - e eles disseram que se andaram todos, todos muito depressa, e nunca pararem, então nunca batem e não há acidentes."
Corolário 1: Pode estar aqui a solução para a sinistralidade rodoviária. Já dizia o meu professor de Gestão de Operações, que o problema das filas é que vai cada um à sua velocidade.
Corolário 2: Da próxima vez que o carro de trás lhe buzinar, no trânsito, não se zangue... Ele está apenas a querer falar consigo/com o seu carro...
Diz a mãe: "Não pode ser, que se não temos um acidente. Depois os outros carros param, e o pai não consegue parar a tempo, e batemos."
E o Ricardo, numa lógica algo difícil de contrariar:
"Eu falei com os carros - eles falam uma língua, que é a língua da buzina - e eles disseram que se andaram todos, todos muito depressa, e nunca pararem, então nunca batem e não há acidentes."
Corolário 1: Pode estar aqui a solução para a sinistralidade rodoviária. Já dizia o meu professor de Gestão de Operações, que o problema das filas é que vai cada um à sua velocidade.
Corolário 2: Da próxima vez que o carro de trás lhe buzinar, no trânsito, não se zangue... Ele está apenas a querer falar consigo/com o seu carro...
As tangas do Ricardo (60)
O Ricardo foi ao médico hoje de manhã. A pediatra tinha-o mandado a um especialista para confirmar uma situação relativa às chamadas "partes baixas".
O médico foi bastante simpático; examinou-o deixando-o sempre bastante à vontade, e ainda ofereceu uma folha com um esquema que tinha feito.
Conversa para o Ricardo, à saída:
"Ricardo, tiveste sorte: o médico era muito simpático."
"Tiro" de resposta:
"Simpático? Não achei nada. A dar-me beliscões na pilinha?"
O médico foi bastante simpático; examinou-o deixando-o sempre bastante à vontade, e ainda ofereceu uma folha com um esquema que tinha feito.
Conversa para o Ricardo, à saída:
"Ricardo, tiveste sorte: o médico era muito simpático."
"Tiro" de resposta:
"Simpático? Não achei nada. A dar-me beliscões na pilinha?"
21 de novembro de 2008
Pensamento do dia - Sun Tzu
"Keep your friends close, and your enemies closer"Pensamento de Sun Tzu, o famoso general japonês que viveu 500 anos antes de Cristi e que foi o autor de "The Art of War", seguramente um dos livros de estratégia mais citados da actualidade.
Este é o princípio que melhor se aplica à política portuguesa.
Os amigos de Sócrates são evidentemente Luís Filipe Meneses, Pedro Passos Coelho, Santana Lopes. E Manuela Ferreira Leite.
Os amigos de Manuela Ferreira Leite são Manuel Alegre, Mário Soares. E Maria de Lurdes Rodrigues.
Este é o princípio que melhor se aplica à política portuguesa.
Os amigos de Sócrates são evidentemente Luís Filipe Meneses, Pedro Passos Coelho, Santana Lopes. E Manuela Ferreira Leite.
Os amigos de Manuela Ferreira Leite são Manuel Alegre, Mário Soares. E Maria de Lurdes Rodrigues.
Sócrates vs Leite
Porque é que vamos continuar a ter Sócrates como primeiro-ministro, e Manuela Ferreira Leite não vai sequer aproximar-se?
É que Sócrates sabe quais são as mentiras que deve dizer.
Manuela Ferreira Leite não sabe quais são as verdades que não se pode dizer.
É que Sócrates sabe quais são as mentiras que deve dizer.
Manuela Ferreira Leite não sabe quais são as verdades que não se pode dizer.
15 de novembro de 2008
Preocupações de Sócrates
Sócrates dizia ontem na televisão que não está preocupado com os votos que perde por causa das reformas na educação. Pensei colocar aqui esta frase, com o título de "piada do dia".
Mas depois percebi que esta é uma das poucas verdades que ele terá dito nos últimos tempos. O que o preocupa não são os votos que perde com uma reforma; o que o preocupa é o saldo entre os votos que perde com essa reforma (nomeadamente de muitos professores, que seriam votantes PS e vão votar em outro partido) e os votos que ganha com a mesma (em outros sectores da sociedade). E deve haver um gabinete de estudos a dizer-lhe que, neste momento, o saldo é ainda positivo.
Mas depois percebi que esta é uma das poucas verdades que ele terá dito nos últimos tempos. O que o preocupa não são os votos que perde com uma reforma; o que o preocupa é o saldo entre os votos que perde com essa reforma (nomeadamente de muitos professores, que seriam votantes PS e vão votar em outro partido) e os votos que ganha com a mesma (em outros sectores da sociedade). E deve haver um gabinete de estudos a dizer-lhe que, neste momento, o saldo é ainda positivo.
Anatomia de uma ausência
Entre 19 de Setembro e hoje, 15 de Novembro, praticamente dois meses, apenas coloquei duas postas aqui no Abéculas. É um facto.
Vamos às alegações da defesa:
- Estou a trabalhar 40 horas por semana num cliente;
- Mais quatro horas por semana noutro;
- E mais um alegado outro dia inteiro por semana (porque quase nunca se concretiza), num outro cliente.
- Mais 11 horas de aulas por semana, que têm que ser minimamente preparadas.
Além disso, apenas tomo drogas ligeiras (ainda que em doses porventura excessivas), como o café e o açúcar.
Aplica-se a regra bem conhecida: os clientes combinam entre eles, para que o trabalho apareça todo ao mesmo tempo. Tenho tentado postar volta e meia, mas normalmente sem sucesso. Talvez se eu tivesse um Magalhães; uma dessas preciosidades que são 100% feitos em Portugal...
Vamos às alegações da defesa:
- Estou a trabalhar 40 horas por semana num cliente;
- Mais quatro horas por semana noutro;
- E mais um alegado outro dia inteiro por semana (porque quase nunca se concretiza), num outro cliente.
- Mais 11 horas de aulas por semana, que têm que ser minimamente preparadas.
Além disso, apenas tomo drogas ligeiras (ainda que em doses porventura excessivas), como o café e o açúcar.
Aplica-se a regra bem conhecida: os clientes combinam entre eles, para que o trabalho apareça todo ao mesmo tempo. Tenho tentado postar volta e meia, mas normalmente sem sucesso. Talvez se eu tivesse um Magalhães; uma dessas preciosidades que são 100% feitos em Portugal...
8 de novembro de 2008
And now, for something completely stupid
Já aqui falei do "Querido, mudei a tromba".
Pois mudei do SCI da SIC para a TVI, e lá estava o programa. Havia uma fulana que se queixava de que tinha as mamas pequenas. Ora, sendo ela mulher, devia saber que não é o tamanho que conta; é o que se faz com ele. Mas não sabia. E a apresentadora lá discutia as mamas pequenas com os médidos, ela que tem mamas para encher dois soutiens...
Depois da operação, não parava de pegar nos seus recém-adquiridos implantes. "Estão fantásticas! Tenho umas mamas fantásticas" Surreal.
Depois uma personagem sinistra, com uns dentes que fariam vergonha ao Sméagol do Senhor dos Anéis.
Depois, a cereja no topo deste bolo são os médicos, uns pintas tipo "Morangos com açúcar".
Espectáculo verdadeiramente degradante...
Pois mudei do SCI da SIC para a TVI, e lá estava o programa. Havia uma fulana que se queixava de que tinha as mamas pequenas. Ora, sendo ela mulher, devia saber que não é o tamanho que conta; é o que se faz com ele. Mas não sabia. E a apresentadora lá discutia as mamas pequenas com os médidos, ela que tem mamas para encher dois soutiens...
Depois da operação, não parava de pegar nos seus recém-adquiridos implantes. "Estão fantásticas! Tenho umas mamas fantásticas" Surreal.
Depois uma personagem sinistra, com uns dentes que fariam vergonha ao Sméagol do Senhor dos Anéis.
Depois, a cereja no topo deste bolo são os médicos, uns pintas tipo "Morangos com açúcar".
Espectáculo verdadeiramente degradante...
5 de novembro de 2008
Eleições americanas
Se eu fosse americano, votava em Mc Cain. Mas ser europeu é ser livre, e ser livre é ser-se obrigatoriamente Barac Obama. Nesta libertade europeia, claro, eu sou equiparado a campónio.
Votaria em Mc Cain porque me revejo muito mais nos valores do liberalismo do que nos valores do socialismo. A história dos Estados Unidos é feita toda numa lógica de anti-socialismo; parece-me muito claro que seja uma economia para fomentar a mediocridade que floresce no contexto do socialismo.
Votaria em Mc Cain porque sinto-me mais seguro sabendo que quem comanda aquela que continua a ser a maior máquina de guerra do mundo é um experiente veterano de guerra, e não um "SuperModel" cuja grande façanha é ter nascido preto (*).
Votaria em Mc Cain porque não me sinto seguro tendo à frente daquela que continua a ser a maior economia do mundo um homem cuja carreira política foi feita nos Talk Shows dos EUA.
Mc Cain é penalizado na opinião pública europeia por causa do Iraque; é visto como uma réplica de Bush, belicista e belicoso. Ora Bush foi criticado por fugir à tropa; Mc Cain foi herói de guerra e preso de guerra. Parecem pois estar nas antípodas um do outro. Quanto ao Iraque, é hoje um país substancialmente mais próximo da pacificação; se calhar, Mc Cain lá tinha a sua razão. E o "Mahatma" Obama "Ghandi", tal como é visto na opinião pública europeia, é o homem que diz que, com ou sem o apoio do Paquistão, fará as missões necessárias nesse território para capturar Bin Laden.
(*) Na SIC Notícias, António Costa dizia que mesmo que Obama não dissesse nada, já era notícia, por ser negro. A discussão é toda sobre se ganha apesar de ser negro, ou perde por causa dos americanos retrógrados e racistas. Ora quem discute o tema é quem coloca o enfoque na cor da pele - o que, para mim, isso sim é ser racista.
Votaria em Mc Cain porque me revejo muito mais nos valores do liberalismo do que nos valores do socialismo. A história dos Estados Unidos é feita toda numa lógica de anti-socialismo; parece-me muito claro que seja uma economia para fomentar a mediocridade que floresce no contexto do socialismo.
Votaria em Mc Cain porque sinto-me mais seguro sabendo que quem comanda aquela que continua a ser a maior máquina de guerra do mundo é um experiente veterano de guerra, e não um "SuperModel" cuja grande façanha é ter nascido preto (*).
Votaria em Mc Cain porque não me sinto seguro tendo à frente daquela que continua a ser a maior economia do mundo um homem cuja carreira política foi feita nos Talk Shows dos EUA.
Mc Cain é penalizado na opinião pública europeia por causa do Iraque; é visto como uma réplica de Bush, belicista e belicoso. Ora Bush foi criticado por fugir à tropa; Mc Cain foi herói de guerra e preso de guerra. Parecem pois estar nas antípodas um do outro. Quanto ao Iraque, é hoje um país substancialmente mais próximo da pacificação; se calhar, Mc Cain lá tinha a sua razão. E o "Mahatma" Obama "Ghandi", tal como é visto na opinião pública europeia, é o homem que diz que, com ou sem o apoio do Paquistão, fará as missões necessárias nesse território para capturar Bin Laden.
(*) Na SIC Notícias, António Costa dizia que mesmo que Obama não dissesse nada, já era notícia, por ser negro. A discussão é toda sobre se ganha apesar de ser negro, ou perde por causa dos americanos retrógrados e racistas. Ora quem discute o tema é quem coloca o enfoque na cor da pele - o que, para mim, isso sim é ser racista.
19 de setembro de 2008
Como comprar um computador?
Aqui está um post a pedido: Como escolher um computador?
Vou tentar responder, na perspectiva do utilizador doméstico - não que a perspectiva da empresa seja substancialmente diferente.
1) Computador de secretária ou portátil?
Os portáteis estão aí em força; um portátil dá-nos imensa liberdade e flexibilidade mas, se apenas o vamos usar no escritório de casa, então não vale a pena. Um pc de secretária, com características iguais ou superiores, incluindo um ecrã maior, fica mais barato.
2) Portátil, para que uso?
Se decidiu comprar um portátil, deve pensar qual o tipo de uso que lhe vai dar.
2.1 Se vai estar sempre, sempre em casa, no mesmo sítio, mais vale comprar um PC de secretária!
2.2 Se é para levar quando vai de fim-de-semana, isto é, se vai transportá-lo de forma muito pontual, então pode comprar o chamado "Desktop Replacement" - ecrã de 17 polegadas, grande, volumoso, pesado - mas com características de alto nível.
2.3 Se o vai transportar com regularidade (todos os dias de e para o trabalho/a escola), então o peso (mais do que o tamanho) deve ser uma preocupação. Tudo o que seja acima dos 3 Kgs é muito. O ideal é algo que ande na cada dos 2,5 ou 2,7 Kgs. O ecrã terá que ser de 15 polegadas ou menos. São ainda assim máquinas de muito bom nível.
2.4 Se é para andar com ele para todo o lado (de casa para o trabalho, do trabalho para a escola, da escola para casa da Irina, etc) então considere um ultra-portátil. Estas são máquinas a que se tirou tudo o que é dispensável, para ganhar em peso e em autonomia da bateria. Antigamente eram claramente os mais caros; hoje há opções verdadeiramente low-cost neste segmento.
2.5 Tem sempre a alternativa do disco externo e de uma pen drive. Para quem, por exemplo, tem um PC de secretária no trabalho/escola e outro em casa, esta opção é incomparavelmente melhor - muito mais barata, muito mais prática, muito mais leve. Tenha em atenção que tem que garantir um processo de backup do disco ou da pen drive!
3) A marca
Num portátil a marca é muito mais importante, porque os PCs de secretária tendem a ser standardizados. Se precisar de substituir ou actualizar um componente, pode facilmente fazê-lo. Já no caso dos portáteis, estamos bastante na mão do fabricante.
Assim, se no caso de um PC de secretária pode valer a pena optar por uma linha branca (desde que consideremos a marca/loja minimamente credível), no caso dos portáteis, a marca é fundamental.
As marcas de primeira escolha são a HP, a Samsung e a Toshiba. Logo depois a Asus e a Sony, seguidas pela LG.
Se o negócio for muito mais interessante, a Acer é uma opção de recurso. São no entanto máquinas claramente de pior qualidade, com taxas de avarias bem acima das marcas que referi antes.
Afastem-se das pseudo-marcas, como a Packard-Bell e a marca da moda, a Dell. A Dell, que está a entrar em força no sector das empresas, tem-me deixado francamente mal impressionado. Acho que já vi mais Dell avariados do das outras marcas (das que contam) todas juntas.
Tudo o resto, é para esquecer completamente.
Nas marcas nacionais, os Tsunami poderão ser uma opção válida: tenho ouvido excelentes referências, mas não tenho contacto directo com nenhum.
4) O disco
Compre um disco que lhe pareça suficiente para tudo o que vai querer fazer com o computador. Um disco externo parece uma boa opção, mas não é: É mais um acessório para transportar consigo; mais um peso na mala; mais uma despesa. E mais um periferico a consumir a bateria do portátil. Assim, o ideal é claramente comprar logo um portátil com espaço em disco suficiente.
Se vai descarregar centenas de fotografias das férias, ou vídeo, então irá valorizar um disco grande - tão grande quanto possível. Nesses casos, o disco externo de grande capacidade pode ser uma inevitabilidade. Para a esmagadora maioria dos usos, qualquer disco de 160 ou 120 gigabytes chega e sobra.
5) Unidades ópticas
Assegure-se que está a comprar uma máquina com gravador de DVD (um DVDRW). Há dois padrões relevantes, dos quais o DVD-RW é o "normal". A HP tinha um padrão diferente, o DVD+RW. Hoje em dia, o normal é que a sigla na unidade óptica seja DVD+/-RW, isto é, que leia ambos os formatos. O que não convém é comprar um que apenas tenha DVD+RW (pode acontecer na marca HP), apenas porque são menos comuns.
6) A memória
2 Gb de RAM. Metade disso é suficiente, mas a diferença de preço costuma ser pouco substancial.
7) O processador
Intel Core Duo, com frequência acima dos 1,5 ou 1,6 Ghz.
8) Ligações ao exterior
O computador pode ligar-se a:
- colunas externas e porventura a microfone (fichas X-jack tipo auscultadores, verde e vermelha),
- ecrã externo (ou projector de vídeo) usando uma ficha com 15 "buraquinhos" (3 filas de 5),
- A rede local (ficha tipo telefone, mas mais larga),
- à Internet via modem (ficha de telefone) - hoje em dia, é uma opção com muito pouco sentido.
- Pode haver um adaptador para ler cartões da máquina fotográfica digital ou do telemóvel. Muito práticas.
- Pode existir uma porta firewire (IEEE 1394) que hoje em dia serve tipicamente para ligar câmaras de filmar digitais.
- Por fim, pode ter uma porta para discos E-SATA; são discos externos substancialmente mais rápidos que os discos USB.
- Portas USB. Tipicamente usadas para ligar o rato, pen drives e discos externos. Podem também servir para ligar uma impressora, um scanner e praticamente qualquer dispositivo que se possa imaginar.
Duas portas USB pode ser pouco, sobretudo se estão uma ao lado (ou em cima) da outra. isto porque muitos dispositivos ocupam espaço para lá da porta, pelo que impossibilitam a ligação de outro dispositivo imediatamente ao lado.
O desejável será portanto ter 3 ou 4 portas, e sem estarem todas "em fila indiana".
9) O ecrã
O comum hoje em dia são os ecrãs de 15,4 polegadas. São semelhantes aos de 15 polegadas, mas em formato 16:9 (rectangulares). Como a maior parte das aplicações, páginas web, etc, são pensadas para ser percorridas na vertical, e não na horizontal, pessoalmente prefiro ecrãs de formato 4:3, como os de 15 polegadas.
A um ecrã mais pequeno (14, 13, ou 12 polegadas) estão associados teclados mais estreitos, logo, menos cómodos.
O meu HP com ecrã de 17 polegadas é... um mimo!
Nos ecrãs, encontramos hoje em dia as variantes "Bright" (cada marca lhe dá um nome diferente) que são ecrãs com um brilho fora de série. Ainda que a imagem seja de facto deslumbrante, têm incomparavelmente mais reflexo, o que é uma enorme desvantagem.
10) A garantia.
O normal é trazerem dois anos de garantia, com apenas 6 meses para a bateria. Recomendo vivamente a aquisição de extensões de garantia para 3, 4 ou até para 5 anos.
É que quando um portátil avaria, estamos totalmente na mão do fabricante. Num espaço de 6 meses, ouvi três pessoas queixarem-se de que "Tinha acabado de sair da garantia, avariou, pediram-me pelo arranjo o preço de um novo (ou até mais do que um novo)".
Assim, o melhor é "jogar à defesa" - ficamos "garantidos" contra estes abusos.
Vou tentar responder, na perspectiva do utilizador doméstico - não que a perspectiva da empresa seja substancialmente diferente.
1) Computador de secretária ou portátil?
Os portáteis estão aí em força; um portátil dá-nos imensa liberdade e flexibilidade mas, se apenas o vamos usar no escritório de casa, então não vale a pena. Um pc de secretária, com características iguais ou superiores, incluindo um ecrã maior, fica mais barato.
2) Portátil, para que uso?
Se decidiu comprar um portátil, deve pensar qual o tipo de uso que lhe vai dar.
2.1 Se vai estar sempre, sempre em casa, no mesmo sítio, mais vale comprar um PC de secretária!
2.2 Se é para levar quando vai de fim-de-semana, isto é, se vai transportá-lo de forma muito pontual, então pode comprar o chamado "Desktop Replacement" - ecrã de 17 polegadas, grande, volumoso, pesado - mas com características de alto nível.
2.3 Se o vai transportar com regularidade (todos os dias de e para o trabalho/a escola), então o peso (mais do que o tamanho) deve ser uma preocupação. Tudo o que seja acima dos 3 Kgs é muito. O ideal é algo que ande na cada dos 2,5 ou 2,7 Kgs. O ecrã terá que ser de 15 polegadas ou menos. São ainda assim máquinas de muito bom nível.
2.4 Se é para andar com ele para todo o lado (de casa para o trabalho, do trabalho para a escola, da escola para casa da Irina, etc) então considere um ultra-portátil. Estas são máquinas a que se tirou tudo o que é dispensável, para ganhar em peso e em autonomia da bateria. Antigamente eram claramente os mais caros; hoje há opções verdadeiramente low-cost neste segmento.
2.5 Tem sempre a alternativa do disco externo e de uma pen drive. Para quem, por exemplo, tem um PC de secretária no trabalho/escola e outro em casa, esta opção é incomparavelmente melhor - muito mais barata, muito mais prática, muito mais leve. Tenha em atenção que tem que garantir um processo de backup do disco ou da pen drive!
3) A marca
Num portátil a marca é muito mais importante, porque os PCs de secretária tendem a ser standardizados. Se precisar de substituir ou actualizar um componente, pode facilmente fazê-lo. Já no caso dos portáteis, estamos bastante na mão do fabricante.
Assim, se no caso de um PC de secretária pode valer a pena optar por uma linha branca (desde que consideremos a marca/loja minimamente credível), no caso dos portáteis, a marca é fundamental.
As marcas de primeira escolha são a HP, a Samsung e a Toshiba. Logo depois a Asus e a Sony, seguidas pela LG.
Se o negócio for muito mais interessante, a Acer é uma opção de recurso. São no entanto máquinas claramente de pior qualidade, com taxas de avarias bem acima das marcas que referi antes.
Afastem-se das pseudo-marcas, como a Packard-Bell e a marca da moda, a Dell. A Dell, que está a entrar em força no sector das empresas, tem-me deixado francamente mal impressionado. Acho que já vi mais Dell avariados do das outras marcas (das que contam) todas juntas.
Tudo o resto, é para esquecer completamente.
Nas marcas nacionais, os Tsunami poderão ser uma opção válida: tenho ouvido excelentes referências, mas não tenho contacto directo com nenhum.
4) O disco
Compre um disco que lhe pareça suficiente para tudo o que vai querer fazer com o computador. Um disco externo parece uma boa opção, mas não é: É mais um acessório para transportar consigo; mais um peso na mala; mais uma despesa. E mais um periferico a consumir a bateria do portátil. Assim, o ideal é claramente comprar logo um portátil com espaço em disco suficiente.
Se vai descarregar centenas de fotografias das férias, ou vídeo, então irá valorizar um disco grande - tão grande quanto possível. Nesses casos, o disco externo de grande capacidade pode ser uma inevitabilidade. Para a esmagadora maioria dos usos, qualquer disco de 160 ou 120 gigabytes chega e sobra.
5) Unidades ópticas
Assegure-se que está a comprar uma máquina com gravador de DVD (um DVDRW). Há dois padrões relevantes, dos quais o DVD-RW é o "normal". A HP tinha um padrão diferente, o DVD+RW. Hoje em dia, o normal é que a sigla na unidade óptica seja DVD+/-RW, isto é, que leia ambos os formatos. O que não convém é comprar um que apenas tenha DVD+RW (pode acontecer na marca HP), apenas porque são menos comuns.
6) A memória
2 Gb de RAM. Metade disso é suficiente, mas a diferença de preço costuma ser pouco substancial.
7) O processador
Intel Core Duo, com frequência acima dos 1,5 ou 1,6 Ghz.
8) Ligações ao exterior
O computador pode ligar-se a:
- colunas externas e porventura a microfone (fichas X-jack tipo auscultadores, verde e vermelha),
- ecrã externo (ou projector de vídeo) usando uma ficha com 15 "buraquinhos" (3 filas de 5),
- A rede local (ficha tipo telefone, mas mais larga),
- à Internet via modem (ficha de telefone) - hoje em dia, é uma opção com muito pouco sentido.
- Pode haver um adaptador para ler cartões da máquina fotográfica digital ou do telemóvel. Muito práticas.
- Pode existir uma porta firewire (IEEE 1394) que hoje em dia serve tipicamente para ligar câmaras de filmar digitais.
- Por fim, pode ter uma porta para discos E-SATA; são discos externos substancialmente mais rápidos que os discos USB.
- Portas USB. Tipicamente usadas para ligar o rato, pen drives e discos externos. Podem também servir para ligar uma impressora, um scanner e praticamente qualquer dispositivo que se possa imaginar.
Duas portas USB pode ser pouco, sobretudo se estão uma ao lado (ou em cima) da outra. isto porque muitos dispositivos ocupam espaço para lá da porta, pelo que impossibilitam a ligação de outro dispositivo imediatamente ao lado.
O desejável será portanto ter 3 ou 4 portas, e sem estarem todas "em fila indiana".
9) O ecrã
O comum hoje em dia são os ecrãs de 15,4 polegadas. São semelhantes aos de 15 polegadas, mas em formato 16:9 (rectangulares). Como a maior parte das aplicações, páginas web, etc, são pensadas para ser percorridas na vertical, e não na horizontal, pessoalmente prefiro ecrãs de formato 4:3, como os de 15 polegadas.
A um ecrã mais pequeno (14, 13, ou 12 polegadas) estão associados teclados mais estreitos, logo, menos cómodos.
O meu HP com ecrã de 17 polegadas é... um mimo!
Nos ecrãs, encontramos hoje em dia as variantes "Bright" (cada marca lhe dá um nome diferente) que são ecrãs com um brilho fora de série. Ainda que a imagem seja de facto deslumbrante, têm incomparavelmente mais reflexo, o que é uma enorme desvantagem.
10) A garantia.
O normal é trazerem dois anos de garantia, com apenas 6 meses para a bateria. Recomendo vivamente a aquisição de extensões de garantia para 3, 4 ou até para 5 anos.
É que quando um portátil avaria, estamos totalmente na mão do fabricante. Num espaço de 6 meses, ouvi três pessoas queixarem-se de que "Tinha acabado de sair da garantia, avariou, pediram-me pelo arranjo o preço de um novo (ou até mais do que um novo)".
Assim, o melhor é "jogar à defesa" - ficamos "garantidos" contra estes abusos.
15 de setembro de 2008
Alguém sabe para onde foi o dinheiro?
Sócrates foi com grande aparato à Venezuela, anunciar grandes acordos com esse cavalheiro Chávez. Sábado, esse mesmo cavalheiro veio a Portugal assinar mais uns quantos acordos. E diz que já chegou a Portugal um barco com um milhão de barris de petróleo, vindo da Venezuela.
Ora que eu saiba, o preço dos combustíveis tem descido nos postos, mas bem abaixo do que tem descido nos mercados internacionais (afinal, parece que o preço de compra do barril não tem assim tanta influência no preço de venda do litro).
O dado novo é a chegada desta "prenda" de Hugo Chávez.
Será que é desta que o gasóleo volta aos 75 cêntimos? Não, não me parece.
É que alguém em Portugal anda a enriquecer com o dinheiro do petróleo, mas não sou eu. Não sei se são os accionistas da Galp, se é a administração da Galp, ou se é o Governo; mas duas coisas são certinhas: 1) Alguém anda a enriquecer e 2) Não sou eu.
Ora que eu saiba, o preço dos combustíveis tem descido nos postos, mas bem abaixo do que tem descido nos mercados internacionais (afinal, parece que o preço de compra do barril não tem assim tanta influência no preço de venda do litro).
O dado novo é a chegada desta "prenda" de Hugo Chávez.
Será que é desta que o gasóleo volta aos 75 cêntimos? Não, não me parece.
É que alguém em Portugal anda a enriquecer com o dinheiro do petróleo, mas não sou eu. Não sei se são os accionistas da Galp, se é a administração da Galp, ou se é o Governo; mas duas coisas são certinhas: 1) Alguém anda a enriquecer e 2) Não sou eu.
14 de setembro de 2008
13 de setembro de 2008
12 de setembro de 2008
Dizer mal dos físicos
Declaração de interesses:
Entre o 10º e o 12º ano (sobretudo nesse último) fui de forma sistemática abusado por duas professoras de física (1).
(1) Trataram-se de abusos de ordem intelectual, e não sexual. Dizer o contrário seria admitir que um físico pode ser sexualmente activo.
O grande acelerador de Hádrons
A máquina está instalada a 100 metros de profundidade, e é um anel com 27 kms de perímetro, o que significa que ocupa aproximadamente 37 Kms quadrados. Fará andar dois feixes de protões praticamente à velocidade da luz.
Esta máquina deverá descobrir uma partícula mais pequena que os quarks que constituem o protão.
A informação gerada será distribuída por uma Grid composta por 100.000 computadores. 10.000 físicos envolvidos, dos quais 200 são portugueses.
Promete-se a revelação dos segredos do Universo.
O que já sabemos que a máquina não irá descobrir é um físico de partículas que seja uma pessoa socialmente interessante.
Os custos da física
A construção do tal HLC terá custado, diziam na nossa TV, quatro mil milhões de Euros. Isto, para entreter 10.000 físicos, o que dá meio milhão de euros por cabeça. Nestas alturas, é preciso pensar com frieza na eficiência económica dos investimentos: a religião consegue entreter muito mais gente, por muito menos dinheiro.
Paralimpíadas da física
Pura maledicência, dirão uns. Eu acho que é impossível não reparar.
Se um autocarro cheio de atletas paralímpicos der boleia aos passageiros de um autocarro que avariou a caminho de um congresso de física, teremos dificuldade em identificar quais são uns e quais são outros:
Por uma razão misteriosa, os grandes génios da física moderna têm normalmente pinta de deficientes. E não estou a falar do Stephen Hawking, estou a falar dos cromos que estavam n'O Expresso da Meia Noite, na SIC.
Explicações para o fenómeno físico-paralímpico
Talvez Deus queira castigar quem tenta questionar os seus direitos de autor do Universo...
Umas mentes brilhantes (ainda sobre o custo do LHC
Será que esta elevada concentração de dinheiro e de massa cinzenta, em vez de estar a estudar o início do Universo, que é passado e pouco nos ajuda a resolver problemas de ordem prática, não se poderia dedicar a estudar, digamos, como evitar o fim do Universo?
Já não peço o teletransporte, que de facto era o que se exigiria, mas pelo menos os carros movidos a palavrões, como as mulas do antigamente...
Considerações sobre o papel dos portugueses na experiência
Os físicos portugueses vão estar no CERNE da experiência do CERN. Com base na experiência das estradas portuguesas, são eles que vão garantir a colisão a grande velocidade.
Entre o 10º e o 12º ano (sobretudo nesse último) fui de forma sistemática abusado por duas professoras de física (1).
(1) Trataram-se de abusos de ordem intelectual, e não sexual. Dizer o contrário seria admitir que um físico pode ser sexualmente activo.
O grande acelerador de Hádrons
A máquina está instalada a 100 metros de profundidade, e é um anel com 27 kms de perímetro, o que significa que ocupa aproximadamente 37 Kms quadrados. Fará andar dois feixes de protões praticamente à velocidade da luz.
Esta máquina deverá descobrir uma partícula mais pequena que os quarks que constituem o protão.
A informação gerada será distribuída por uma Grid composta por 100.000 computadores. 10.000 físicos envolvidos, dos quais 200 são portugueses.
Promete-se a revelação dos segredos do Universo.
O que já sabemos que a máquina não irá descobrir é um físico de partículas que seja uma pessoa socialmente interessante.
Os custos da física
A construção do tal HLC terá custado, diziam na nossa TV, quatro mil milhões de Euros. Isto, para entreter 10.000 físicos, o que dá meio milhão de euros por cabeça. Nestas alturas, é preciso pensar com frieza na eficiência económica dos investimentos: a religião consegue entreter muito mais gente, por muito menos dinheiro.
Paralimpíadas da física
Pura maledicência, dirão uns. Eu acho que é impossível não reparar.
Se um autocarro cheio de atletas paralímpicos der boleia aos passageiros de um autocarro que avariou a caminho de um congresso de física, teremos dificuldade em identificar quais são uns e quais são outros:
Por uma razão misteriosa, os grandes génios da física moderna têm normalmente pinta de deficientes. E não estou a falar do Stephen Hawking, estou a falar dos cromos que estavam n'O Expresso da Meia Noite, na SIC.
Explicações para o fenómeno físico-paralímpico
Talvez Deus queira castigar quem tenta questionar os seus direitos de autor do Universo...
Umas mentes brilhantes (ainda sobre o custo do LHC
Será que esta elevada concentração de dinheiro e de massa cinzenta, em vez de estar a estudar o início do Universo, que é passado e pouco nos ajuda a resolver problemas de ordem prática, não se poderia dedicar a estudar, digamos, como evitar o fim do Universo?
Já não peço o teletransporte, que de facto era o que se exigiria, mas pelo menos os carros movidos a palavrões, como as mulas do antigamente...
Considerações sobre o papel dos portugueses na experiência
Os físicos portugueses vão estar no CERNE da experiência do CERN. Com base na experiência das estradas portuguesas, são eles que vão garantir a colisão a grande velocidade.
8 de setembro de 2008
...e agora, vamos aos livros (1)
O terror é um dos tipos de livro que mais gosto.
Nesta área, recomendo vivamente vários do Stephen King, como o Running Man, o Shinning e, o melhor que já li dele, o Misery.
Mais livros de terror... O Drácula de Bram Stoker é obrigatório. Mesmo, mesmo obrigatório. Gostei da adaptação ao cinema feita por Fracis Ford Copolla, mas o livro é mais denso. E, acreditem, ao contrário do filme não é uma história de amor.
Li vários outros, na juventude, de que gostei. Lembro-me de um, O escaravelho da morte que era também da pesada...
O pior livro de terror que li foi o Frankenstein. É um livro escrito por uma dona de casa. Começa o livro com a "pica" de um livro de terror, mas rapidamente descamba no melodrama, estilo novela mexicana.
Nesta área, recomendo vivamente vários do Stephen King, como o Running Man, o Shinning e, o melhor que já li dele, o Misery.
Mais livros de terror... O Drácula de Bram Stoker é obrigatório. Mesmo, mesmo obrigatório. Gostei da adaptação ao cinema feita por Fracis Ford Copolla, mas o livro é mais denso. E, acreditem, ao contrário do filme não é uma história de amor.
Li vários outros, na juventude, de que gostei. Lembro-me de um, O escaravelho da morte que era também da pesada...
O pior livro de terror que li foi o Frankenstein. É um livro escrito por uma dona de casa. Começa o livro com a "pica" de um livro de terror, mas rapidamente descamba no melodrama, estilo novela mexicana.
...e agora, vamos aos livros (2)
Se o professor martelo pode recomendar 5 livros por semana, porque é que eu não hei-de fazer o mesmo?
A propósito de um post do Gonçalinho, sobre o Wall-E, recomendo o "I, Robot" ("Eu, Robot" em português), de Isaac Asimov.
Na verdade, recomendo todos os livros do Isaac Asimov que li até hoje. Sei que já li mais, mas lembro-me apenas do "Nove amanhãs".
Quer o "Eu, Robot" quer o "Nove Amanhãs" são livros de contos independentes, ainda que no caso do "Eu, Robot" haja claramente um crescendo de sofisticação.
Atenção que a primeira história do Eu, Robot é para esquecer! É mesmo chata; é mesmo má.
A propósito de um post do Gonçalinho, sobre o Wall-E, recomendo o "I, Robot" ("Eu, Robot" em português), de Isaac Asimov.
Na verdade, recomendo todos os livros do Isaac Asimov que li até hoje. Sei que já li mais, mas lembro-me apenas do "Nove amanhãs".
Quer o "Eu, Robot" quer o "Nove Amanhãs" são livros de contos independentes, ainda que no caso do "Eu, Robot" haja claramente um crescendo de sofisticação.
Atenção que a primeira história do Eu, Robot é para esquecer! É mesmo chata; é mesmo má.
Dar a mão à palmatória (de Manuela Ferreira Leite)
Sempre achei que Manuela Ferreira Leite fez mal em estar tanto tempo sem se pronunciar sobre a situação do país. Desde que ganhou as eleições internas do partido, disse umas coisas pouco elogiosas sobre obras públicas de grande dimensão, sem precisar quais, e desapareceu do mapa. A ponto de se dizer que é Cavaco quem vai fazendo oposição ao Governo (o que é ridículo).
Agora falou, no encerramento da universidade do PSD.
Pareceu-me que falou bem; diria mesmo que muito bem.
É pena que não apareça mais mas, ao menos, é bom ver que quando aparece traz algo de novo.
Agora falou, no encerramento da universidade do PSD.
Pareceu-me que falou bem; diria mesmo que muito bem.
É pena que não apareça mais mas, ao menos, é bom ver que quando aparece traz algo de novo.
7 de setembro de 2008
Paulo Pedroso - o Paulo Poderoso
Paulo Pedroso foi indemnizado pelo Estado, isto é, por mim, em 100.000 Euros.
O Tribunal decretou que houve um erro grosseiro na sua prisão preventiva.
Se ele abusou dos putos ou não, isso não sei. O tribunal decidiu que não havia matéria para o acusar, e isso terá que nos servir a todos. Certo é que, no caso Casa Pia, é o primeiro interveniente a ser indemnizado.
Hoje, n'"O eixo do mal", vozes de revolta. Que lhe deram cabo da vida, que ficou com um espectro a pairar sobre a cabeça.
Será que só eu me lembro que Paulo Pedroso foi recebido em apoteose no Parlamento, quando saiu de prisão preventiva?
Será que estes iluminados comentadores, como tantos outros, não se dão conta que o que está em causa não é se ele é inocente ou não, mas se colocá-lo em prisão preventiva, mais do que um erro, foi um erro grosseiro!
O Tribunal decretou que houve um erro grosseiro na sua prisão preventiva.
Se ele abusou dos putos ou não, isso não sei. O tribunal decidiu que não havia matéria para o acusar, e isso terá que nos servir a todos. Certo é que, no caso Casa Pia, é o primeiro interveniente a ser indemnizado.
Hoje, n'"O eixo do mal", vozes de revolta. Que lhe deram cabo da vida, que ficou com um espectro a pairar sobre a cabeça.
Será que só eu me lembro que Paulo Pedroso foi recebido em apoteose no Parlamento, quando saiu de prisão preventiva?
Será que estes iluminados comentadores, como tantos outros, não se dão conta que o que está em causa não é se ele é inocente ou não, mas se colocá-lo em prisão preventiva, mais do que um erro, foi um erro grosseiro!
6 de setembro de 2008
Inversão de valores
Tenho um portátil HP para arranjar. Pedi a assistência mas, porque não o tinha comigo, fiquei de marcar a recolha. Hoje ligaram-me a dizer que queriam ir buscar o computador para arranjar ainda hoje.
"Hoje não pode ser; só na próxima semana."
"Mas é que o pedido já está aberto à muito tempo, e temos que o fechar."
"Pois, mas hoje não pode ser. Mas posso combinar logo na segunda-feira."
"Então está bem, mas olhe que não pode passar de segunda!"
Ri-me na cara do senhor, e em tom de gozo pedi-lhe desculpa pelo transtorno.
Acho isto engraçado. Alguém preocupado com a satisfação do Cliente faz um inquérito, e descobre que o tempo de espera pela assistência tem muito impacto nessa satisfação. Decide-se em função disso que há uns indicadores que dizem que a média tem que ser inferior a X dias e que em caso algum podem passar os Y dias. Esses números tornam-se sagrados. Há muito se esqueceu o que é que esses números visam garantir.
Estou capaz de não entregar o portátil na 2a, só para ver se mandam cá a casa dois gorilas, para recolherem o computador "a bem ou a mal. O chefe disse que tínhamos que fechar o caso."
Como podem ver no post abaixo deste, a minha opinião sobre a HP até é largamente favorável. Acho é curiosa esta inversão de valores.
"Hoje não pode ser; só na próxima semana."
"Mas é que o pedido já está aberto à muito tempo, e temos que o fechar."
"Pois, mas hoje não pode ser. Mas posso combinar logo na segunda-feira."
"Então está bem, mas olhe que não pode passar de segunda!"
Ri-me na cara do senhor, e em tom de gozo pedi-lhe desculpa pelo transtorno.
Acho isto engraçado. Alguém preocupado com a satisfação do Cliente faz um inquérito, e descobre que o tempo de espera pela assistência tem muito impacto nessa satisfação. Decide-se em função disso que há uns indicadores que dizem que a média tem que ser inferior a X dias e que em caso algum podem passar os Y dias. Esses números tornam-se sagrados. Há muito se esqueceu o que é que esses números visam garantir.
Estou capaz de não entregar o portátil na 2a, só para ver se mandam cá a casa dois gorilas, para recolherem o computador "a bem ou a mal. O chefe disse que tínhamos que fechar o caso."
Como podem ver no post abaixo deste, a minha opinião sobre a HP até é largamente favorável. Acho é curiosa esta inversão de valores.
Fantástico - A DELL conseguiu!
Eu pensava que não era possível, mas a Dell conseguiu.
Eu pensava que a Acer e a Packard Bell eram as duas piores marcas de computadores pessoais, mas mudei de ideias. Na modalidade olímpica que é construção dos piores computadores possíveis, na minha opinião (com base na experiência em vários sítios) os PCs da Dell levam a medalha de ouro, os Packard Bell a medalha de prata e os Acer a medalha de Bronze.
Asus em 4º lugar, mas bastante afastada.
Toshiba, HP e Apple estão substancialmente mais abaixo.
É certo que comprar um PC tem sempre algum grau de risco. É certo que esta opinião é subjectiva. O que não é, ainda assim, é uma opinião totalmente desinformada ou uma opinião subjectiva.
Eu pensava que a Acer e a Packard Bell eram as duas piores marcas de computadores pessoais, mas mudei de ideias. Na modalidade olímpica que é construção dos piores computadores possíveis, na minha opinião (com base na experiência em vários sítios) os PCs da Dell levam a medalha de ouro, os Packard Bell a medalha de prata e os Acer a medalha de Bronze.
Asus em 4º lugar, mas bastante afastada.
Toshiba, HP e Apple estão substancialmente mais abaixo.
É certo que comprar um PC tem sempre algum grau de risco. É certo que esta opinião é subjectiva. O que não é, ainda assim, é uma opinião totalmente desinformada ou uma opinião subjectiva.
As tangas do Ricardo (59)
No ex-Carrefour de Telheiras, agora Continente de Telheiras, o Ricardo pediu uma moeda de um euro para andar num carrinho com a mana.
"Só se me deres um beijinho" (coisa que ele costuma evitar), disse eu. (*1)
Ele deu, de imediato.
A mãe também pediu um. Eu disse: "Só teu dou a moeda se não deres um beijinho à mãe". (*2)
O Ricardo fez um ar triste, pegou na moeda, e já com a moeda na mão voou por detrás de mim, para dar um beijinho à mãe. Depois passou no sentido contrário, a rir e a dizer-me "Toma, toma! Toma, toma!"
Fui atrás dele, e disse-lhe que não podia andar, porque não tinha feito o combinado. Comentário instantâneo do Ricardo: "É que eu ENGANEI-ME"!
(*1) Sim, eu sei que não se faz...
(*2) Ver (*1)
"Só se me deres um beijinho" (coisa que ele costuma evitar), disse eu. (*1)
Ele deu, de imediato.
A mãe também pediu um. Eu disse: "Só teu dou a moeda se não deres um beijinho à mãe". (*2)
O Ricardo fez um ar triste, pegou na moeda, e já com a moeda na mão voou por detrás de mim, para dar um beijinho à mãe. Depois passou no sentido contrário, a rir e a dizer-me "Toma, toma! Toma, toma!"
Fui atrás dele, e disse-lhe que não podia andar, porque não tinha feito o combinado. Comentário instantâneo do Ricardo: "É que eu ENGANEI-ME"!
(*1) Sim, eu sei que não se faz...
(*2) Ver (*1)
5 de setembro de 2008
30 de agosto de 2008
As tangas do Ricardo (58)
Leitura criativa
Mesmo que não exista enquanto curso, como a escrita criativa, há uma prática a que poderíamos chamar de leitura criativa.
O Ricardo é um assíduo praticante dessa leitura criativa.
Hoje ao lanche, mostrei-lhe que havia uma palavra no pacote de leite - VIGOR - que também estava na caneca. Ele constatou que a palavra era a mesma, e ficou surpreendido.
Eu: Ricardo, depois também vais aprender a ler, como a Carolina, e podes ler o que aqui está escrito."
R: Mas eu já sei ler.
Eu: Então, o que é que está escrito aí com as letras vermelhas.
R: Leeeeiii-te. Está escrito LEITE.
Eu: Não, Ricardo, está escrito "Vigor". Mas olha, aqui em cima está escrito "Leite".
R: Ah, pois, era aí que eu estava a ler. Está aí escrito Leite!
As tangas do Ricardo (57)
O jogo das adivinhas
Ontem durante uma pequena viagem de carro, começámos o jogo das adivinhas. Para as crianças é um excelente entretenimento, e aos adultos dá-nos uma pequena janela para espreitar para o mundo, pelos olhos dos miúdos.
As regras são simples: uma das pessoas pensa em algo, e os outros têm que adivinhar. As perguntas são necessariamente perguntas fechadas. Podemos perguntar "É uma coisa amarela?" (a reposta será "Sim" ou "Não"), mas não podemos perguntar "De que cor é essa coisa?".
Jogar com o Ricardo é normalmente uma experiência desconcertante.
Quando é ele a pensar, pensa em coisas como "Sumo de folhas".
Ontem foi, para variar, interessante. As perguntas são nossas (minhas ou da Carolina), as respostas são do Ricardo.
N: É uma pessoa?
R: Não.
N: É um animal?
R: Não.
N: É uma coisa?
R: Não. Espera, afinal enganei-me. É um animal.
N: É maior do que tu ou mais pequeno do que tu?
R: É mais pequeno.
N: É perigoso?
R: Não [Esta deu muito pouca informação - para o Ricardo, o conceito de "animal perigoso" não faz sentido. Nem que seja um tigre, um urso ou um tubarão, são sempre amigos.]
N: Anda na terra?
R: Não.
N: Anda no ar?
R: Não.
N: Anda na água?
R: Não.
N: Eu não conheço nenhum animal que não viva no ar, nem na água, nem na terra! Desisto!
R: Hum... Querem uma pista?
N: Sim...
R: É um animal muito grande.
N: Mas disseste que era mais pequeno do que tu!
R: Oops! Enganei-me.
N: É maior do que tu?
R: SIM!
N: É maior que um cavalo?
R: Sim!
N: É maior que um elefante (liofante, diria o Ricardo).
R: Sim!
N: É maior que uma baleia?
R: Sim!
N: É um dinossauro?
R: Não!
N: Desisto! Não sei o que é!
R: Querem mais uma pista?
N: Sim.
R: É muito comprido, e tem duas cabeças.
N: É uma cobra? (lembrar que o mundo visto pelas crianças não é necessariamente igual ao nosso...)
R: Não!
N: É um animal que existe?
R: Não!
N: Desisto... Diz lá qual é o animal...
R: É UMA COBRA-DRAGÃO!
27 de agosto de 2008
A Senhora Carolina
23 de agosto de 2008
Razões para não votar no PS
As notícias de crimes, com uma frequência e um nível de violência crescentes, são agora arma de arremesso política. O Ministro diz que está de consciência tranquila - porque nem sequer foi de férias.
O PSD pede a demissão do Ministro. O comentário de Vitalino Canas, esse grande vitelino, é que o PSD tem falta de imaginação. Ou seja, o tema é assunto de paródia. Ou seja, como de costume, discute-se a forma e não o conteúdo.
Enquanto Vitalino Canas for uma figura de proa no PS, seguramente não vou conseguir votar no PS.
Questiono-me porque é que os políticos não se aplicam a sério em melhorar a segurança e diminuir a criminalidade. Será Cortesia profissional?
O PSD pede a demissão do Ministro. O comentário de Vitalino Canas, esse grande vitelino, é que o PSD tem falta de imaginação. Ou seja, o tema é assunto de paródia. Ou seja, como de costume, discute-se a forma e não o conteúdo.
Enquanto Vitalino Canas for uma figura de proa no PS, seguramente não vou conseguir votar no PS.
Questiono-me porque é que os políticos não se aplicam a sério em melhorar a segurança e diminuir a criminalidade. Será Cortesia profissional?
16 de agosto de 2008
Andaram na mesma escola de Sócrates?
Nestes jogos olímpicos, tem havido muita mentira, muita encenação, muito faz-de-conta.
O fogo de artifício e as imagens da cidade, na cerimónia de abertura, a menina bonita a cantar em playback, com uma gravação feita de uma menina com uma voz excelente - mas menos bonita, logo, menos apresentável.
Agora achei piada a esta do levantamento de pesos. Depois de vomitarem no tapete com a cena, voltem atrás e vejam a barreirazinha feita pelos chineses... "Isto não foi nada... não há nada para ver..."
O fogo de artifício e as imagens da cidade, na cerimónia de abertura, a menina bonita a cantar em playback, com uma gravação feita de uma menina com uma voz excelente - mas menos bonita, logo, menos apresentável.
Agora achei piada a esta do levantamento de pesos. Depois de vomitarem no tapete com a cena, voltem atrás e vejam a barreirazinha feita pelos chineses... "Isto não foi nada... não há nada para ver..."
15 de agosto de 2008
Bronze, não aceito!
É um hino à falta de desportivismo... Deitar uma medalha olímpica de bronze para o chão... Mas quando a reclamação é de outro concorrente foi objectiva e manifestamente favorecido, e de que existe reiterada corrupção, algo que eu nem ao de leve saberia avaliar se é verdade ou não, fica-me a questão:
Não poderia/deveria ser feito o mesmo noutras latitudes, noutras situações?
Se os clubes de futebol que se sentem fortemente prejudicados em campo, ou fora dele, protestassem de forma veemente - por exemplo, não comparecendo a jogos ou até não se inscrevendo em competições - não iria isso obrigar quem olha para o lado a olhar de frente?
Como dizia um juíz do Supremo Tribunal Americano, "Sunlight is the best disinfectant."
Não poderia/deveria ser feito o mesmo noutras latitudes, noutras situações?
Se os clubes de futebol que se sentem fortemente prejudicados em campo, ou fora dele, protestassem de forma veemente - por exemplo, não comparecendo a jogos ou até não se inscrevendo em competições - não iria isso obrigar quem olha para o lado a olhar de frente?
Como dizia um juíz do Supremo Tribunal Americano, "Sunlight is the best disinfectant."
"A festa do Pontal não me dá ponta!"
"A Outra"
Manuela Ferreira Leite é criticada por não ter ido à festa do Pontal. A festa do Pontal é a mais histórica festa política do país, a seguir à festa do Avante. Cavaco, Sá Carneiro, todos lá passaram.
António Borges diz que a festa não se enquadra no estilo de Manuela Ferreira Leite. Isto é evidentemente um disparate, porque pressupõe que Manuela Ferreira Leite tem (um?) estilo.
As razões, no entanto, são outras e são evidentes. É que ela é de um outro PSD; o PSD dela é muito mais PS do que D.
Manuela Ferreira Leite é criticada por não ter ido à festa do Pontal. A festa do Pontal é a mais histórica festa política do país, a seguir à festa do Avante. Cavaco, Sá Carneiro, todos lá passaram.
António Borges diz que a festa não se enquadra no estilo de Manuela Ferreira Leite. Isto é evidentemente um disparate, porque pressupõe que Manuela Ferreira Leite tem (um?) estilo.
As razões, no entanto, são outras e são evidentes. É que ela é de um outro PSD; o PSD dela é muito mais PS do que D.
10 de agosto de 2008
A medalha olímpica de Vanessa Fernandes
Portugal é o mais medalhado nessa competição olímpica que é a arrogância.
Lembro-me de Vanessa Fernandes, depois de mais um dos seus inúmeros triunfos, dizer algo como que as adversárias não davam luta, ou que eram muito fraquinhas, ou algo deste tipo.
Depois disso, desistiu duas vezes.
Agora, nos Jogos Olímpicos, a medalha dela era dada como certa, ou quase. Por meio país, incluindo a própria.
Revejo-me muito pouco na atitude nacional de "entrada de leão, saída de sendeiro" - talvez porque não sei o que é um sendeiro. Também me revejo muito pouco na versão adaptada, "entrada de leão, saída de cordeiro".
Assim sendo, desculpem-me os meus compatriotas que se ofendem com esta atitude, mas fiquei satisfeito por a Vanessa Fernandes ter ficado em nono lugar.
Ainda assim, torço pela Naide Gomes, pelo Obiquelu, pelo João Branha (ainda jogam?), pelos esgrimistas, pelos judocas, pelos nadadores e pelos restantes atletas.
Só não torço pelas vitórias da Vanessa Fernandes. Para vedetas arrogantes, não precisamos dela. Muito menos, num ano de campeonato da Europa de Futebol. Já nos bastam os Simões Sabrosas, os Joões Moutinhos, os Scolaris, os Decos, os Quaresmas, etc, com aquelas frases bombásticas do tipo: "Não podemos prometer uma vitória, mas claro que achamos que vamos ganhar."
...e, depois, perdemos contra uma selecção - a Alemanha - não porque eles sejam melhores, mas porque fizeram o trabalho deles, dentro e fora do campo - lá está - com humildade.
Lembro-me de Vanessa Fernandes, depois de mais um dos seus inúmeros triunfos, dizer algo como que as adversárias não davam luta, ou que eram muito fraquinhas, ou algo deste tipo.
Depois disso, desistiu duas vezes.
Agora, nos Jogos Olímpicos, a medalha dela era dada como certa, ou quase. Por meio país, incluindo a própria.
Revejo-me muito pouco na atitude nacional de "entrada de leão, saída de sendeiro" - talvez porque não sei o que é um sendeiro. Também me revejo muito pouco na versão adaptada, "entrada de leão, saída de cordeiro".
Assim sendo, desculpem-me os meus compatriotas que se ofendem com esta atitude, mas fiquei satisfeito por a Vanessa Fernandes ter ficado em nono lugar.
Ainda assim, torço pela Naide Gomes, pelo Obiquelu, pelo João Branha (ainda jogam?), pelos esgrimistas, pelos judocas, pelos nadadores e pelos restantes atletas.
Só não torço pelas vitórias da Vanessa Fernandes. Para vedetas arrogantes, não precisamos dela. Muito menos, num ano de campeonato da Europa de Futebol. Já nos bastam os Simões Sabrosas, os Joões Moutinhos, os Scolaris, os Decos, os Quaresmas, etc, com aquelas frases bombásticas do tipo: "Não podemos prometer uma vitória, mas claro que achamos que vamos ganhar."
...e, depois, perdemos contra uma selecção - a Alemanha - não porque eles sejam melhores, mas porque fizeram o trabalho deles, dentro e fora do campo - lá está - com humildade.
8 de agosto de 2008
Excelência do trabalho policial?
No desfecho do assalto hoje a uma sucursal do BES, bem no centro de Lisboa, a imprensa congratulava-se com a eficácia da nossa polícia.
Percebo o entusiasmo, e concordo que correu bem, mas podia ter corrido bem melhor. Se é certo que um dos homens morreu, lamentavelmente o outro ficou apenas gravemente ferido. Assim sendo, quem é que pode reclamar um sucesso total?
7 de agosto de 2008
...e afinal, o que é que o rato pariu?
Quem sabe um bocadinho de biologia, sabe que um rato só poderia mesmo parir... outro rato.
O tema era importante? Sim.
Ter-se-à justificado todo o alarido, que obviamente foi incitado pelo próprio Cavaco Silva? I don't think so.
O tema era importante? Sim.
Ter-se-à justificado todo o alarido, que obviamente foi incitado pelo próprio Cavaco Silva? I don't think so.
31 de julho de 2008
Cavaco Silva interrompe as férias para falar ao país
Noticiado aqui.
Cavaco Silva interrompe as férias para falar ao país, hoje às 20h00, na televisão. As especulações sobre o assunto são diversas. O próprio disse (na verdade foi o acessor que disse, mas que eu saiba os acessores não falam de forma "autónoma") que não interromperia as férias se não houvesse uma comunicação importante.
Presidentes da República nunca me inspiraram confiança, e não foi com Cavaco que isso mudou. Vamos lá ver se desta vez o rato vai parir uma montanha. É que de facto não é costume os Presidentes da República interromperem as férias. Os meses e os anos sucedem-se, e eles continuam de férias.
Cavaco Silva interrompe as férias para falar ao país, hoje às 20h00, na televisão. As especulações sobre o assunto são diversas. O próprio disse (na verdade foi o acessor que disse, mas que eu saiba os acessores não falam de forma "autónoma") que não interromperia as férias se não houvesse uma comunicação importante.
Presidentes da República nunca me inspiraram confiança, e não foi com Cavaco que isso mudou. Vamos lá ver se desta vez o rato vai parir uma montanha. É que de facto não é costume os Presidentes da República interromperem as férias. Os meses e os anos sucedem-se, e eles continuam de férias.
29 de julho de 2008
Símbolos da pátria - as fotos da polémica
Uma cantora Peruana tirou umas fotos nua, em cima de um cavalo, usando a bandeira como sela. A questão está a levantar grande polémica no Perú.
É verdade que o cavalo não está com ar satisfeito, mas parece ser mais tédio que outra coisa. A bandeira também não se está a queixar. Quanto à cantora propriamente dita, parece ser fresca qb. Qual é então o problema? Quem se queixa?
Cuil - motor de busca
"Cuil - The Google application killer"
Será um título exagerado... Mas lá que é uma alternativa ao google, ai isso é!
O começo não foi muito auspicioso, mas espera-se que o futuro o seja - é que eu sou daqueles que acham que os monopólios, como as ditaduras, têm todos os mesmos vícios, por oposição a quem acha que há monopólios (e ditaduras) que são bons, e outros (outras) que são maus.
Procurei por "abéculas", e os resultados foram decepcionantes. Há que dar tempo ao tempo.
28 de julho de 2008
O excesso de velocidade
Já aqui o disse; em qualquer acidente rodoviário que aconteça, rapidamente vemos a política a falar em excesso de velocidade e álcool. Sempre achei muito curiosa esta pressa em concluir pela culpa do excesso de velocidade, face a alternativas como o mau estado do piso, mau estado do veículo, má condução (o que pode ser muita coisa), má construção da via, etc. Googlei "Excesso de velocidade" e encontrei estes dois gráficos, ambos referentes ao Brasil:
Fonte: http://www.dnit.gov.br
Dados curiosos os que aqui são referidos, quanto à sinistralidade no IP4. A maior velocidade registada este ano na A1 foi abaixo dos 180 kms/h, face ao limite de 120; já no IP4, onde o limite é 90, foram registados 2.200 carros a circular acima dos 180, ie, 2200 carros a circular mais depressa do que a maior velocidade registada na A1.
Então e os acidentes?
Em 2004, 33 mortos.
Em 2005, 18 mortos.
Em 2006, 13 mortos.
Em 2007, 8 mortos.
Em 2008, até agora, 3 mortos, pelo que o número poderá muito bem ficar abaixo do ano passado.
Dos vários troços do IP4, as maiores velocidades registam-se nos últimos quilómetros a caminho de Espanha. Curiosamente, esses são os de MENOR sinistralidade! Há muitos carros, a andar muitíssimo mais depressa, e os acidentes são menores.
Um dia destes a Brigada de Trânsito contrata alguém que saiba alguma coisa de estatística, e que estude a questão a fundo, e ainda irá concluir que "O acidente deveu-se a falta de velocidade"!
Fonte: http://www.dnit.gov.br
Dados curiosos os que aqui são referidos, quanto à sinistralidade no IP4. A maior velocidade registada este ano na A1 foi abaixo dos 180 kms/h, face ao limite de 120; já no IP4, onde o limite é 90, foram registados 2.200 carros a circular acima dos 180, ie, 2200 carros a circular mais depressa do que a maior velocidade registada na A1.
Então e os acidentes?
Em 2004, 33 mortos.
Em 2005, 18 mortos.
Em 2006, 13 mortos.
Em 2007, 8 mortos.
Em 2008, até agora, 3 mortos, pelo que o número poderá muito bem ficar abaixo do ano passado.
Dos vários troços do IP4, as maiores velocidades registam-se nos últimos quilómetros a caminho de Espanha. Curiosamente, esses são os de MENOR sinistralidade! Há muitos carros, a andar muitíssimo mais depressa, e os acidentes são menores.
Um dia destes a Brigada de Trânsito contrata alguém que saiba alguma coisa de estatística, e que estude a questão a fundo, e ainda irá concluir que "O acidente deveu-se a falta de velocidade"!
Argumentação em zigue-zague
Centenas de automobilistas andam a mais de 200 kms/h e no IP4 anda-se mais depressa que na A1. Os dados foram captados com câmaras da Estradas de Portugal, e não da Brigada de Trânsito. Esta é a notícia. Tudo o resto, é anedótico; diria mesmo que é argumentação em zigue-zague. Vejamos:
- Face à notícia, "as autoridades reagiram com alguma surpresa" e, mais adiante, "não vamos tolerar este tipo de velocidade" - o que é que fizeram? "...com o problema a fazer parte da agenda da próxima reunião". Desde já avança o responsável que vai "redireccionar os radares da BT para as zonas onde ocorrem mais infracções, sem descurar as restantes". Magia! Vai haver zonas que, apesar de não serem descuradas, vão deixar de ter radares!
"As pessoas queixam-se que o IP4 é martirizado pelas forças de segurança, mas estes números provam que não é assim tanto"
O que significa: "É, mas não tanto quanto se diz."
Curiosamente, a Estradas de Portugal parece é ser muito mais eficiente a detectar as infracções! Lembram-se que as autoridades "reagiram com alguma surpresa", não lembram?
Depois o presidente da Associação de Utentes do IP4 diz que os dados "não devem ser aproveitados para culpabilizar de imediato a estrada ou os condutores", embora frise que considera "estas atitudes (excesso de velocidade) condenáveis". Ou seja, não devemos condenar estas pessoas que têm atitudes condenáveis? Estou a (des)entender bem?
- Face à notícia, "as autoridades reagiram com alguma surpresa" e, mais adiante, "não vamos tolerar este tipo de velocidade" - o que é que fizeram? "...com o problema a fazer parte da agenda da próxima reunião". Desde já avança o responsável que vai "redireccionar os radares da BT para as zonas onde ocorrem mais infracções, sem descurar as restantes". Magia! Vai haver zonas que, apesar de não serem descuradas, vão deixar de ter radares!
"As pessoas queixam-se que o IP4 é martirizado pelas forças de segurança, mas estes números provam que não é assim tanto"
O que significa: "É, mas não tanto quanto se diz."
Curiosamente, a Estradas de Portugal parece é ser muito mais eficiente a detectar as infracções! Lembram-se que as autoridades "reagiram com alguma surpresa", não lembram?
Depois o presidente da Associação de Utentes do IP4 diz que os dados "não devem ser aproveitados para culpabilizar de imediato a estrada ou os condutores", embora frise que considera "estas atitudes (excesso de velocidade) condenáveis". Ou seja, não devemos condenar estas pessoas que têm atitudes condenáveis? Estou a (des)entender bem?
Um mal-entendido - claro!
João Moutinho e o seu empresário encontraram-se com Pinto da Costa num hotel, no Porto.
Filipe Soares Franco ficou satisfeito com as explicações que lhe foram dadas, de que foi apenas um almoço entre amigos. João Moutinho, o seu empresário e Pinto da Costa são amigos, e encontram-se nessa qualidade.
Isto não é uma notícia, claro, é uma piada que resolvi partilhar convosco.
Filipe Soares Franco ficou satisfeito com as explicações que lhe foram dadas, de que foi apenas um almoço entre amigos. João Moutinho, o seu empresário e Pinto da Costa são amigos, e encontram-se nessa qualidade.
Isto não é uma notícia, claro, é uma piada que resolvi partilhar convosco.
26 de julho de 2008
Freak Show
Maria de Belém, convidada a posar como modelo.
Que me desculpe uma e outras, mas faz-me lembrar os tempos em que morei na zona do Intendente. Eu que até achava que o aspecto físico era o melhor que a senhora tinha!
O que a terá levado a aceitar tal empreitada? Interrogo-me...
Que me desculpe uma e outras, mas faz-me lembrar os tempos em que morei na zona do Intendente. Eu que até achava que o aspecto físico era o melhor que a senhora tinha!
O que a terá levado a aceitar tal empreitada? Interrogo-me...
25 de julho de 2008
22 de julho de 2008
Razões para gostar de Mário Crespo... ou "Volta, José, tudo está perdoado"
Mário Crespo é, já aqui o disse, o melhor comentador da TV portuguesa. A sua capacidade de olhar de frente as questões, mesmo quando o politicamente correcto é discutir questões acessórias e pouco relevantes, é algo que sempre me apraz observar.
Hoje recebi esta mensagem de um ex-blogger (abandonou o leme aqui do Abéculas, mas vai blogando por email - e pelos comentários, sempre com muito interesse - não vou dizer que os ratos são os primeiros a abandonar o navio, mas sempre direi que o Capitão afunda-se com o barco). Aqui fica pois a pérola, da autoria de Mário Crespo, mas que recebi pela "pena" do "jose".
O homem, jovem, movimentava-se num desespero agitado entre um grupo de mulheres vestidas de negro que ululavam lamentos. "Perdi tudo!" "O que é que perdeu?" perguntou-lhe um repórter.
"Entraram-me em casa, espatifaram tudo. Levaram o plasma, o DVD a aparelhagem..." Esta foi uma das esclarecedoras declarações dos autodesalojados da Quinta da Fonte. A imagem do absurdo em que a assistência social se tornou em Portugal fica clara quando é complementada com as informações do presidente da Câmara de Loures: uma elevadíssima percentagem da população do bairro recebe rendimento de inserção social e paga "quatro ou cinco euros de renda mensal" pelas habitações camarárias. Dias depois, noutra reportagem outro jovem adulto mostrava a sua casa vandalizada, apontando a sala de onde tinham levado a TV e os DVD. A seguir, transtornadíssimo, ia ao que tinha sido o quarto dos filhos dizendo que "até a TV e a playstation das crianças" lhe tinham roubado. Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro público não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência. A culpa não é só de quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul. É inexplicável num país de economias domésticas esfrangalhadas por uma Euribor com freio nos dentes que há famílias que pagam "quatro ou cinco Euros de renda" à câmara de Loures e no fim do mês recebem o rendimento social de inserção que, se habilmente requerido por um grupo familiar de cinco ou seis pessoas, atinge quantias muito acima do ordenado mínimo. É inaceitável que estes beneficiários de tudo e mais alguma coisa ainda querem que os seus T2 e T3 a "quatro ou cinco euros mensais" lhes sejam dados em zonas "onde não haja pretos". Não é o sistema em Portugal que marginaliza comunidades. O sistema é que se tem vindo a alhear da realidade e da decência e agora é confrontado por elas em plena rua com manifestações de índole intoleravelmente racista e saraivadas de balas de grande calibre disparadas com impunidade. O país inteiro viu uma dezena de homens armados a fazer fogo na via pública. Não foram detidos embora sejam facilmente identificáveis. Pelo contrário. Do silêncio cúmplice do grupo de marginais sai eloquente uma mensagem de ameaça de contorno criminoso - "ou nos dão uma zona etnicamente limpa ou matamos." A resposta do Estado veio numa patética distribuição de flores a cabecilhas de gangs de traficantes e autodenominados representantes comunitários, entre os sorrisos da resignação embaraçada dos responsáveis autárquicos e do governo civil. Cá fora, no terreno, o único elemento que ainda nos separa da barbárie e da anarquia mantém na Quinta da Fonte uma guarda de 24 horas por dia com metralhadoras e coletes à prova de bala. Provavelmente, enquanto arriscam a vida neste parque temático de incongruências socio-políticas, os defensores do que nos resta de ordem pensam que ganham menos que um desses agregados familiares de profissionais da extorsão e que o ordenado da PSP deste mês de Julho se vai ressentir outra vez da subida da Euribor.
Hoje recebi esta mensagem de um ex-blogger (abandonou o leme aqui do Abéculas, mas vai blogando por email - e pelos comentários, sempre com muito interesse - não vou dizer que os ratos são os primeiros a abandonar o navio, mas sempre direi que o Capitão afunda-se com o barco). Aqui fica pois a pérola, da autoria de Mário Crespo, mas que recebi pela "pena" do "jose".
O homem, jovem, movimentava-se num desespero agitado entre um grupo de mulheres vestidas de negro que ululavam lamentos. "Perdi tudo!" "O que é que perdeu?" perguntou-lhe um repórter.
"Entraram-me em casa, espatifaram tudo. Levaram o plasma, o DVD a aparelhagem..." Esta foi uma das esclarecedoras declarações dos autodesalojados da Quinta da Fonte. A imagem do absurdo em que a assistência social se tornou em Portugal fica clara quando é complementada com as informações do presidente da Câmara de Loures: uma elevadíssima percentagem da população do bairro recebe rendimento de inserção social e paga "quatro ou cinco euros de renda mensal" pelas habitações camarárias. Dias depois, noutra reportagem outro jovem adulto mostrava a sua casa vandalizada, apontando a sala de onde tinham levado a TV e os DVD. A seguir, transtornadíssimo, ia ao que tinha sido o quarto dos filhos dizendo que "até a TV e a playstation das crianças" lhe tinham roubado. Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro público não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência. A culpa não é só de quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul. É inexplicável num país de economias domésticas esfrangalhadas por uma Euribor com freio nos dentes que há famílias que pagam "quatro ou cinco Euros de renda" à câmara de Loures e no fim do mês recebem o rendimento social de inserção que, se habilmente requerido por um grupo familiar de cinco ou seis pessoas, atinge quantias muito acima do ordenado mínimo. É inaceitável que estes beneficiários de tudo e mais alguma coisa ainda querem que os seus T2 e T3 a "quatro ou cinco euros mensais" lhes sejam dados em zonas "onde não haja pretos". Não é o sistema em Portugal que marginaliza comunidades. O sistema é que se tem vindo a alhear da realidade e da decência e agora é confrontado por elas em plena rua com manifestações de índole intoleravelmente racista e saraivadas de balas de grande calibre disparadas com impunidade. O país inteiro viu uma dezena de homens armados a fazer fogo na via pública. Não foram detidos embora sejam facilmente identificáveis. Pelo contrário. Do silêncio cúmplice do grupo de marginais sai eloquente uma mensagem de ameaça de contorno criminoso - "ou nos dão uma zona etnicamente limpa ou matamos." A resposta do Estado veio numa patética distribuição de flores a cabecilhas de gangs de traficantes e autodenominados representantes comunitários, entre os sorrisos da resignação embaraçada dos responsáveis autárquicos e do governo civil. Cá fora, no terreno, o único elemento que ainda nos separa da barbárie e da anarquia mantém na Quinta da Fonte uma guarda de 24 horas por dia com metralhadoras e coletes à prova de bala. Provavelmente, enquanto arriscam a vida neste parque temático de incongruências socio-políticas, os defensores do que nos resta de ordem pensam que ganham menos que um desses agregados familiares de profissionais da extorsão e que o ordenado da PSP deste mês de Julho se vai ressentir outra vez da subida da Euribor.
16 de julho de 2008
Escrever Direito por linhas tortas
ou... O crime compensa.
Adivinha: Quando dois grupos de marginais se pegam a tiro uns aos outros, em Loures, qual é a pena aplicada?
Resposta: São realojados em casas novas, de acordo com as suas exigências.
Adivinha: Quando dois grupos de marginais se pegam a tiro uns aos outros, em Loures, qual é a pena aplicada?
Resposta: São realojados em casas novas, de acordo com as suas exigências.
14 de julho de 2008
13 de julho de 2008
Os tais estudos...
Sócrates diz que os estudos sobre TGV, OTA e outros estão todos online. Hoje procurei, e o mais que encontrei foram comunicações em que ministros referem os estudos. Alguém quer ter a gentileza e a amabilidade de me explicar onde é que estão esses estudos?
Sócrates mentiu?
O Sol online diz que Sócrates se enganou nos números, em relação aos kms de autoestrada que vão ser concessionados e em relação os respectivos custos.
Sócrates e os seus enganos, mentiras, mal-entendidos. Nos tempos de Santana Lopes, a bem menos do que isso chamava-se uma trapalhada.
Acho curioso que isto ainda seja considerado notícia. Seria mais normal que fosse considerado piada.
Para mim, o que é notícia é o facto de haver um jornal para o qual isto é notícia!
Sócrates e os seus enganos, mentiras, mal-entendidos. Nos tempos de Santana Lopes, a bem menos do que isso chamava-se uma trapalhada.
Acho curioso que isto ainda seja considerado notícia. Seria mais normal que fosse considerado piada.
Para mim, o que é notícia é o facto de haver um jornal para o qual isto é notícia!
12 de julho de 2008
Incentivos ao uso de transportes públicos
Aqui está como, no Chile, uma mulher se esforça a sério para promover o uso dos transportes públicos. O nosso governo e o nosso Metropolitano deviam pôr os olhos neste exemplo de serviço público:
http://www.reuters.com/news/video?videoId=86246&newsChannel=oddlyEnoughNews
http://www.reuters.com/news/video?videoId=86246&newsChannel=oddlyEnoughNews
11 de julho de 2008
Hoje, uma experiência nova
Por uma vez, acredito em Sócrates quando diz:
Não faço contas para 2009
Isto explica muita coisa, não explica? Era melhor que as fizesse. As contas são nossas amigas; fazer contas é bom!
Não faço contas para 2009
Isto explica muita coisa, não explica? Era melhor que as fizesse. As contas são nossas amigas; fazer contas é bom!
ai...Fónix!
Desde ontem à meia-noite, passou a haver dois tipos de portugueses: os que já têm um iPhone e os outros (os que ainda não têm um iPhone).
No Lóbi do Chá, JCS diz que o iPhone é uma pechincha. Concordo. Pagar o Estado que temos sai-nos bem mais caro.
No Lóbi do Chá, JCS diz que o iPhone é uma pechincha. Concordo. Pagar o Estado que temos sai-nos bem mais caro.
10 de julho de 2008
"Lisboa já está a arder?"
Incêndio em Lisboa, esta semana.
Culpa do mau estado do prédio, ou de eventuais drogados que lá tinham o seu ninho, ou de um proprietário que se fartou de esperar pela licença da CML para fazer obras (pelos vistos, estava pedida).
Não vi lá Sócrates, mas vi António Costa. Suponho que o primeiro (que é também o Primeiro) terá perguntado ao segundo se valia a pena lá ir. O mais certo é que lhe tenha perguntado mais de duas vezes.
Culpa do mau estado do prédio, ou de eventuais drogados que lá tinham o seu ninho, ou de um proprietário que se fartou de esperar pela licença da CML para fazer obras (pelos vistos, estava pedida).
Não vi lá Sócrates, mas vi António Costa. Suponho que o primeiro (que é também o Primeiro) terá perguntado ao segundo se valia a pena lá ir. O mais certo é que lhe tenha perguntado mais de duas vezes.
7 de julho de 2008
Princesas russas
Diz o Abrupto que já não há princesas russas.
Pois eu sei que ainda as há; são é bastante mais, e têm um vestuário mais informal... por assim dizer...
1 de julho de 2008
Casamento, homossexualidade e outras paneleirices
Perguntaram a Manuela Ferreira Leite se aprovaria o casamento entre homossexuais. Respondeu que aceitava a união entre homossexuais, mas que havia que distinguir o que são coisas diferentes, e que o casamento tinha o propósito da "prócriação" (assim com acento, como ela o disse).
Sobre isto, várias observações.
1. Este é um tema em que Sócrates, claramente, responderá com maior á-vontade. Vá-se lá saber porquê.
2. Que eu saiba, o casamento não traz a obrigação de procriar - a não ser que seja o casamento católico, que não era o que estava em causa. Se assim fosse, deviam ser proibidos os casamentos entre pessoas sem idade/capacidade de "prócriar".
3. Dizia (salvo erro) Nuno Melo, do CDS/PP, e com muita razão: não é proibido o casamento de homossexuais; o que é proibido é o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Assim sendo, os homossexuais não podem objectivamente dizer que estão a ser discriminados. Também não é possível casar com um animal (*), com um morto...
Pouca gente há que não conheça alguém de quem se diga: "Sim, ele é casado e tem dois filhos. Mas é tão rôto que não engana ninguém."
4. Parece que os gays e as gayas ou são pouco imaginativos ou, então, aplicam a imaginação de outra forma; poderá haver uma forma imaginativa de contornar a limitação do ponto anterior.
Imaginemos que a Vanessa Costa casa com um Simão Sabrosa qualquer. Este, que gosta de mudar, muda de sexo. Passamos a ter uma Vanessa casada com uma Simone (keine beleidigung beabsichtig)... ou será que a mudança de sexo origina uma extinção imediata do casamento?
(*) Mesmo quando se diz que "a mulher do Júlio é uma vaca", ou "Rita, eu disse-te que fazias mal em casar com o Fagundes - ele é um porco", o animal não o é em sentido literal.
Sobre isto, várias observações.
1. Este é um tema em que Sócrates, claramente, responderá com maior á-vontade. Vá-se lá saber porquê.
2. Que eu saiba, o casamento não traz a obrigação de procriar - a não ser que seja o casamento católico, que não era o que estava em causa. Se assim fosse, deviam ser proibidos os casamentos entre pessoas sem idade/capacidade de "prócriar".
3. Dizia (salvo erro) Nuno Melo, do CDS/PP, e com muita razão: não é proibido o casamento de homossexuais; o que é proibido é o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Assim sendo, os homossexuais não podem objectivamente dizer que estão a ser discriminados. Também não é possível casar com um animal (*), com um morto...
Pouca gente há que não conheça alguém de quem se diga: "Sim, ele é casado e tem dois filhos. Mas é tão rôto que não engana ninguém."
4. Parece que os gays e as gayas ou são pouco imaginativos ou, então, aplicam a imaginação de outra forma; poderá haver uma forma imaginativa de contornar a limitação do ponto anterior.
Imaginemos que a Vanessa Costa casa com um Simão Sabrosa qualquer. Este, que gosta de mudar, muda de sexo. Passamos a ter uma Vanessa casada com uma Simone (keine beleidigung beabsichtig)... ou será que a mudança de sexo origina uma extinção imediata do casamento?
(*) Mesmo quando se diz que "a mulher do Júlio é uma vaca", ou "Rita, eu disse-te que fazias mal em casar com o Fagundes - ele é um porco", o animal não o é em sentido literal.
IVA baixou 1%
Hoje, o IVA baixou 1%.
Mas há excepções; ou melhor, baixou no regime normal; os produtos de primeira necessidade, que tinham IVA de 5%, mantêm o IVA de 5%.
Bens de primeira necessidade são por exemplo o pão, os preservativos (mas não as fraldas) e o leite.
Por falar em leite, hoje ouvi o fim da entrevista de Manuela Ferreira Leite. Na TVI. Concluí que ela não é um bem de primeira necessidade. É que de facto comunica tão mal, e de forma tão confusa, que pela sua intervenção deve ter perdido também ela 1%.
Ora, se baixou 1%, então esta Leite não é um bem de primeira necessidade. Bem me parecia.
Mas há excepções; ou melhor, baixou no regime normal; os produtos de primeira necessidade, que tinham IVA de 5%, mantêm o IVA de 5%.
Bens de primeira necessidade são por exemplo o pão, os preservativos (mas não as fraldas) e o leite.
Por falar em leite, hoje ouvi o fim da entrevista de Manuela Ferreira Leite. Na TVI. Concluí que ela não é um bem de primeira necessidade. É que de facto comunica tão mal, e de forma tão confusa, que pela sua intervenção deve ter perdido também ela 1%.
Ora, se baixou 1%, então esta Leite não é um bem de primeira necessidade. Bem me parecia.
30 de junho de 2008
As tangas do Ricardo (56)
Onze da noite, e o Ricardo não se quer deitar. Diz a mãe:
"Ricardo, porque é que continuas a levantar-te da cama? Ontem só te deitaste quando apanhaste uma palmada! Daqui a bocado, levas uma palmada para ficares deitado."
"Pois foi mas hoje, quando apanhar a palmada, torno a levantar-me"
Com respostas destas, é difícil conter a vontade de rir...
"Ricardo, porque é que continuas a levantar-te da cama? Ontem só te deitaste quando apanhaste uma palmada! Daqui a bocado, levas uma palmada para ficares deitado."
"Pois foi mas hoje, quando apanhar a palmada, torno a levantar-me"
Com respostas destas, é difícil conter a vontade de rir...
29 de junho de 2008
Eu repito... (2)
Também já disse, e também repito.
Quando uma professora tem uma cena de violência com uma aluna, a esquerda caviar vem proclamar que há um problema de autoridade por parte da professora.
Passado pouco tempo, um bando entra numa esquadra e agride um cidadão que lá se encontrava, e toda a gente compreende que o polícia não podia ter feito nada. Eu acho que podia, e devia. Tinha a obrigação de defender o cidadão que lá se dirigiu e lá se encontrava.
Agora, uma juíza é agredida num tribunal e, uma vez mais, ninguém questiona a autoridade que também uma juíza tem que ter.
Fascinante...
Quando uma professora tem uma cena de violência com uma aluna, a esquerda caviar vem proclamar que há um problema de autoridade por parte da professora.
Passado pouco tempo, um bando entra numa esquadra e agride um cidadão que lá se encontrava, e toda a gente compreende que o polícia não podia ter feito nada. Eu acho que podia, e devia. Tinha a obrigação de defender o cidadão que lá se dirigiu e lá se encontrava.
Agora, uma juíza é agredida num tribunal e, uma vez mais, ninguém questiona a autoridade que também uma juíza tem que ter.
Fascinante...
Eu repito... (1)
Já o disse noutro contexto, e torno a repetir: acho muito bem que Robert Mugabe tenha ganho as eleições.
Se é para ser ditador, então que se seja um ditador competente. Só um Ditador de Mierda é que pode perder consultas populares!
Se é para ser ditador, então que se seja um ditador competente. Só um Ditador de Mierda é que pode perder consultas populares!
25 de junho de 2008
Uma cultura de mediocridade
A Alemanha ganhou à Turquia, nas meias-finais do Euro 2008, por 3-2.
"Uma injustiça", dizia o comentador. "Nos três remates à baliza que fizeram, marcaram sempre."
Os três golos foram golos limpos. Não percebo qual é a injustiça.
Por cá, preferem-se as "nice try" inconsequentes. Os remates ao lado. As cargas com malícia para parar um adversário que segue com a bola. E as culpas que, invariavelmente, são do árbitro.
Três remates, três golos. Isto representa o que de melhor há na Alemanha. Apetece-me citar Kennedy, quando dizia "Ich bin ein Berlinner".
"Uma injustiça", dizia o comentador. "Nos três remates à baliza que fizeram, marcaram sempre."
Os três golos foram golos limpos. Não percebo qual é a injustiça.
Por cá, preferem-se as "nice try" inconsequentes. Os remates ao lado. As cargas com malícia para parar um adversário que segue com a bola. E as culpas que, invariavelmente, são do árbitro.
Três remates, três golos. Isto representa o que de melhor há na Alemanha. Apetece-me citar Kennedy, quando dizia "Ich bin ein Berlinner".
20 de junho de 2008
(S)Em Preocupações (parte 2)
Telefonei ontem durante o dia a uma cliente, para combinar uma visita ao final da tarde. A resposta, por email:
"Só pode estar a brincar, ou então anda mUIIIIIITO distraido. Hoje há futebol e vou ter a casa cheia de malta para petiscar. Não há tempo para conversas."
Ora eu, de facto, não vivo esta preocupação do futebol.
Sendo a pepsicologia uma (alegada) ciência algo obscura, a autopepsicologia é-o ainda mais.
"Ninguém pode estar à janela e observar-se na rua." - Isto é verdade, claro, excepto se a rua estiver coberta por espelhos, o que é muito raro.
Mas introspectei por que razão estou eu tão pouco preocupado com o futebol.
A primeira revelação foi: "Porque eu sou como o Vítor Baía: não sou da selecção."
"Mas será isso razão suficiente?", autoquestionei. Decidi procurar mais dados.
De facto, vi ontem muita gente - como esta cliente acima referida - que, não fazendo parte da selecção, estava "em pulgas" com o jogo. Enquanto eu apanhava banhos de sol a semana passada, vi portugueses e portuguesas (ou portuguesas e portugueses, como dizem os políticos) privarem-se da praia para espreitarem uma televisão na esplanada, onde viam um jogo, e onde eu só via reflexos. E eles também não fazem parte da selecção.
De seguida, resolvi olhar para a selecção e suas preocupações.
Para Scolari, "pimbolim" diz-se "matraquilhos", "preocupação" diz-se "Chelsea".
Gilberto Madaíl estará preocupado com a sucessão de Scolari e, porventura, com a sua.
Deco foi a Barcelona tratar de assuntos pessoais (admito que para ele o seu futuro profissional seja um assunto pessoal. Para mim, seria).
Para Cristiano Ronaldo, a preocupação são as condições que o Man United, esse clube que o tem num regime de semi-escravatura, exige para o deixar ir para o Real de Madrid onde, aí sim, poderá passar a ter um ordenado de remediado.
Moutinho preocupa-se com quantos combóios partem para Barcelona.
Os jogadores do FCPorto, estarão preocupados com a ida-ou-não-ida à Champions.
Há também aqueles jogadores residuais, tipo Simão Sabrosa e Quaresma, que procuravam uma inspiração divina, de forma a conseguirem o seu bilhete para a "Europa dos Grandes".
No meio de todo este deboche, os jogadores lá vão assegurando, com um ar mais patético do que sério ou profissional, que "nada disto afecta a selecção". Yeah, right!
Ora o que é que eu concluo de tudo isto?
Se nenhum jogador da selecção está preocupado com a carreira da selecção, e todas as pessoas exteriores à selecção têm essa preocupação, então acho seguro concluir que EU SOU UM SELECCIONADO.
"Só pode estar a brincar, ou então anda mUIIIIIITO distraido. Hoje há futebol e vou ter a casa cheia de malta para petiscar. Não há tempo para conversas."
Ora eu, de facto, não vivo esta preocupação do futebol.
Sendo a pepsicologia uma (alegada) ciência algo obscura, a autopepsicologia é-o ainda mais.
"Ninguém pode estar à janela e observar-se na rua." - Isto é verdade, claro, excepto se a rua estiver coberta por espelhos, o que é muito raro.
Mas introspectei por que razão estou eu tão pouco preocupado com o futebol.
A primeira revelação foi: "Porque eu sou como o Vítor Baía: não sou da selecção."
"Mas será isso razão suficiente?", autoquestionei. Decidi procurar mais dados.
De facto, vi ontem muita gente - como esta cliente acima referida - que, não fazendo parte da selecção, estava "em pulgas" com o jogo. Enquanto eu apanhava banhos de sol a semana passada, vi portugueses e portuguesas (ou portuguesas e portugueses, como dizem os políticos) privarem-se da praia para espreitarem uma televisão na esplanada, onde viam um jogo, e onde eu só via reflexos. E eles também não fazem parte da selecção.
De seguida, resolvi olhar para a selecção e suas preocupações.
Para Scolari, "pimbolim" diz-se "matraquilhos", "preocupação" diz-se "Chelsea".
Gilberto Madaíl estará preocupado com a sucessão de Scolari e, porventura, com a sua.
Deco foi a Barcelona tratar de assuntos pessoais (admito que para ele o seu futuro profissional seja um assunto pessoal. Para mim, seria).
Para Cristiano Ronaldo, a preocupação são as condições que o Man United, esse clube que o tem num regime de semi-escravatura, exige para o deixar ir para o Real de Madrid onde, aí sim, poderá passar a ter um ordenado de remediado.
Moutinho preocupa-se com quantos combóios partem para Barcelona.
Os jogadores do FCPorto, estarão preocupados com a ida-ou-não-ida à Champions.
Há também aqueles jogadores residuais, tipo Simão Sabrosa e Quaresma, que procuravam uma inspiração divina, de forma a conseguirem o seu bilhete para a "Europa dos Grandes".
No meio de todo este deboche, os jogadores lá vão assegurando, com um ar mais patético do que sério ou profissional, que "nada disto afecta a selecção". Yeah, right!
Ora o que é que eu concluo de tudo isto?
Se nenhum jogador da selecção está preocupado com a carreira da selecção, e todas as pessoas exteriores à selecção têm essa preocupação, então acho seguro concluir que EU SOU UM SELECCIONADO.
17 de junho de 2008
Quebrando promessas
Ao fim de três anos de governo, Sócrates parece estar finalmente a sair do estado de graça:
Começou com a contestação dos professores, alavancada depois pelos (ainda vão existindo) sindicatos.
É o aumento dos preços de bens de primeira necessidade e dos combustíveis.
É o desemprego, que não há forma de voltar aos valores "do antigamente".
É a crise a nível mundial, que arrasta Portugal para baixo.
A eleição de Manuela Ferreira Leite será para ele talvez um mal menor, mas ainda assim poderá fazer uma breve trégua no interior do PSD.
Pior, no plano político, a decapitação de parte do PS, pela mão de históricos como Manuel Alegre, e de zombies como Soares.
O estado de apatia que se previa durante o Euro, foi pelo menos no início contrariado pela greve dos armadores e dos camionistas.
Do ponto de vista do governo, a única boa notícia recente foi o desaparecimento de uma criança em Penafiel.
Ora, nestas condições, como é que uma pessoa consegue deixar de fumar?
Não está fácil, não!
Imagem dedicada ao "nosso" primeiro...
Começou com a contestação dos professores, alavancada depois pelos (ainda vão existindo) sindicatos.
É o aumento dos preços de bens de primeira necessidade e dos combustíveis.
É o desemprego, que não há forma de voltar aos valores "do antigamente".
É a crise a nível mundial, que arrasta Portugal para baixo.
A eleição de Manuela Ferreira Leite será para ele talvez um mal menor, mas ainda assim poderá fazer uma breve trégua no interior do PSD.
Pior, no plano político, a decapitação de parte do PS, pela mão de históricos como Manuel Alegre, e de zombies como Soares.
O estado de apatia que se previa durante o Euro, foi pelo menos no início contrariado pela greve dos armadores e dos camionistas.
Do ponto de vista do governo, a única boa notícia recente foi o desaparecimento de uma criança em Penafiel.
Ora, nestas condições, como é que uma pessoa consegue deixar de fumar?
Não está fácil, não!
Imagem dedicada ao "nosso" primeiro...
14 de junho de 2008
Taras... grandes taras... (parte 2)
Ao que parece, na 5 de Outubro 49 é menor que 50:
Nos exames de admissão, quem chumbar (ex: 49%) pode fazer segunda prova, e esta é aceite ainda na primeira fase. A quem passar à primeira, contudo, não é dada a oportunidade de uma segunda prova.
Isto é facilitar a entrada; mais concretamente, é facilitar a entrada de alunos piores à custa de alunos melhores. Está bonito...
Nos exames de admissão, quem chumbar (ex: 49%) pode fazer segunda prova, e esta é aceite ainda na primeira fase. A quem passar à primeira, contudo, não é dada a oportunidade de uma segunda prova.
Isto é facilitar a entrada; mais concretamente, é facilitar a entrada de alunos piores à custa de alunos melhores. Está bonito...
Taras... grandes taras...
Em Singapura foi detido e condenado um homem. O crime: era um "cheirador de sovacos".
Ele há com cada tara...
Preocupações
Enquanto o país real se preocupa com os preços do combustível, com os cortes de abastecimento e greve dos camionistas, e (sobretudo?) com o Euro, esta semana tenho vivido preocupações bem diferentes, mas ainda assim dramáticas:
- Será que a Carolina perdeu os óculos de Sol?
- Será que tanto gelado não vai fazer mal ao Ricardo?
- Será que preciso de por mais protector solar?
- Considerando que apanhei 6 chocos e 1 polvo bem granjola, e que dois adultos não conseguiram comer ontem três chocos grelhados, será que vou ter que levar o polvo para Lisboa?
Preocupações...
- Será que a Carolina perdeu os óculos de Sol?
- Será que tanto gelado não vai fazer mal ao Ricardo?
- Será que preciso de por mais protector solar?
- Considerando que apanhei 6 chocos e 1 polvo bem granjola, e que dois adultos não conseguiram comer ontem três chocos grelhados, será que vou ter que levar o polvo para Lisboa?
Preocupações...
10 de junho de 2008
Demagogia, feita à maneira
Notícia com destaque no SAPO: Amanhã, enquanto a selecção portuguesa estiver a jogar, os deputados vão estar na Assembleia da República a votar.
A notícia inclui, claro, comentários dos deputados.
Só encontro uma razão para a votação ser feita em simultâneo com o jogo: é a corja que nos governa, mais a corja que nos representa, fazerem-se de vítimas e tentarem fazer-se passar por muito trabalhadores.
Cambada de palhaços, é o que é.
A notícia inclui, claro, comentários dos deputados.
Só encontro uma razão para a votação ser feita em simultâneo com o jogo: é a corja que nos governa, mais a corja que nos representa, fazerem-se de vítimas e tentarem fazer-se passar por muito trabalhadores.
Cambada de palhaços, é o que é.
1 de junho de 2008
Parabéns a Manuela Ferreira Leite
Numas eleições internas em que eu não gostaria de estar na pele de quem teve que escolher entre os três candidatos, Manuela Ferreira Leite conseguiu mais votos que os restantes demonstrando uma vez mais que, em democracia, é tão eficaz (e mais eficiente) dividir os votos do adversário do que ganhar novos votos.
Pacheco Pereira terá agora que escolher de quem vai dizer mal. Provavelmente será dos do costume, mas há sempre a esperança que passe a disparar para fora, para os alvos que são relevantes, em vez de continuar a disparar para dentro. Vamos ter fé.
Pacheco Pereira terá agora que escolher de quem vai dizer mal. Provavelmente será dos do costume, mas há sempre a esperança que passe a disparar para fora, para os alvos que são relevantes, em vez de continuar a disparar para dentro. Vamos ter fé.
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
No primeiro dia após as eleições internas no PSD, as duas notícias que ocuparam mais tempo na televisão, foram:
1) A partida da selecção nacional para a Suíça
2) A chegada à Suíça da selecção nacional.
Com a comunicação social bem controlada (leia-se, bem estupidificada e estupidificante), resta a Sócrates preocupar-se com Manuel Alegre. Á direita, nada de novo.
1) A partida da selecção nacional para a Suíça
2) A chegada à Suíça da selecção nacional.
Com a comunicação social bem controlada (leia-se, bem estupidificada e estupidificante), resta a Sócrates preocupar-se com Manuel Alegre. Á direita, nada de novo.
Solidariedade é mais do que uma palavra
Acabo de ouvir a Luciana Abreu (*) dizer, na televisão, que "Solidariedade é mais do que uma palavra". Fui ver ao dicionário, e posso afirmar-vos o contrário: Solidariedade, pelo menos antes do acordo ortográfico, é apenas uma palavra.
(*) Os pequeninos lembrar-se-ão dela da Floribela, nos ecrãs da SIC. Os pais dos pequeninos lembrar-se-ão dos (semi-)nús dela, na revista MaxMen. Pelo meio, alguns lembrar-se-ão do contributo que ela deu à cultura, ao participar no Chuva de Estrelas.
(*) Os pequeninos lembrar-se-ão dela da Floribela, nos ecrãs da SIC. Os pais dos pequeninos lembrar-se-ão dos (semi-)nús dela, na revista MaxMen. Pelo meio, alguns lembrar-se-ão do contributo que ela deu à cultura, ao participar no Chuva de Estrelas.
29 de maio de 2008
Banda larga... muito larga...
Qualquer acesso à Internet feito a partir do meu portátil está condicionado pela própria placa de rede do portátil, cujo limite é de 100 Mbits/segundo.
Hoje, quando estava num Cliente que, imaginava eu, teria um acesso muito bom, resolvi usar o speedmeter, site para medir a velocidade efectiva de ligação à Internet. O resultado que obtive, deixou-me boquiaberto.
Isto, sim, é banda larga...
Hoje, quando estava num Cliente que, imaginava eu, teria um acesso muito bom, resolvi usar o speedmeter, site para medir a velocidade efectiva de ligação à Internet. O resultado que obtive, deixou-me boquiaberto.
Isto, sim, é banda larga...
28 de maio de 2008
Festival da canção - um festival
Confesso que tenho muito pouca pachorra para o Festival da Canção.
Quando ao que diz José Milhazes, no seu blog, concordo genericamente com o que diz. Notem que ouvi, algures na comunicação social, alguém que dizia: "Vamos todos ligar para lá, para que o nosso candidato ganhe."
Ou seja, não é votem no que acharem melhor, é votem naquele que é português (independentemente do mérito).
Quando ao que diz José Milhazes, no seu blog, concordo genericamente com o que diz. Notem que ouvi, algures na comunicação social, alguém que dizia: "Vamos todos ligar para lá, para que o nosso candidato ganhe."
Ou seja, não é votem no que acharem melhor, é votem naquele que é português (independentemente do mérito).
27 de maio de 2008
Dr. House
Gosto do café como gosto do humor: BEM NEGRO.
Nesse aspecto, o Dr. House dá-nos episódio espectacular atrás de episódio espectacular! No episódio que passou hoje, e depois de extorquir à Dra Cuddy uma televisão de alta definição chantageando-a com um auditor, vai-se embora dizendo:
"Tenho que ir. Aqueles miúdos cegos seguramente não vão ler os livros uns aos outros."
Nesse aspecto, o Dr. House dá-nos episódio espectacular atrás de episódio espectacular! No episódio que passou hoje, e depois de extorquir à Dra Cuddy uma televisão de alta definição chantageando-a com um auditor, vai-se embora dizendo:
"Tenho que ir. Aqueles miúdos cegos seguramente não vão ler os livros uns aos outros."
Abruptidão
Enquanto José Pacheco Pereira, autor d'o Abrupto, está preocupado com a chegada de uma sonda a Marte, quem é que nos mantém informados sobre o passar do tempo pelos bancos do Jardim de S. Amaro???
25 de maio de 2008
Terminator 2 - Alternate ending
Um final alternativo para o que é, IMO, o melhor filme de sempre (booom... um dos melhores, pelo menos).
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